Anderson Torres fornece senhas falsas à PF, e STF cobra explicações em 48h
O ex-ministro da Justiça está preso por suspeita de conivência ou omissão diante dos atos antidemocráticos cometidos contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília
O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, forneceu senhas inválidas à Polícia Federal (PF) para acessar os dados em nuvem de seu celular, que ele diz ter perdido nos Estados Unidos. Diante desse fato, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pediu que a defesa do ex-ministro se manifeste em 48 horas sobre as senhas.
Anderson Torres está preso desde 14 de janeiro, após retornar das férias nos Estados Unidos, por suspeita de conivência ou omissão diante dos atos antidemocráticos cometidos contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. O ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) havia informado à PF que não entregou o celular pessoal aos investigadores por ter perdido o aparelho.
Cem dias depois da tentativa de golpe, o ex-secretário forneceu as senhas à PF. No entanto, segundo Alexandre de Moraes, nenhuma funcionou quando os investigadores tentaram acessar a nuvem do aparelho de Anderson Torres.
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Em decisão anterior, em que negava pedido de liberdade apresentado pela defesa do ex-ministro, Moraes escreveu que Anderson Torres “suprimiu das investigações a possibilidade de acesso ao seu telefone celular, consequentemente, das trocas de mensagens realizadas no dia dos atos golpistas e nos períodos anterior e posterior; e às suas mensagens eletrônicas. Somente — mais de 100 dias após a ocorrência dos atos golpistas, e com total possibilidade de supressão das informações ali existentes — autorizou acesso às suas senhas pessoais de acesso à nuvem de seu e-mail pessoal”.
Anderson Torres segue preso no 4º Batalhão da Polícia Militar (BPM), no Guará 2, no Distrito Federal.
(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).
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