Refém na Augusto Montenegro: Yann Carlos tinha intenção de assaltar motorista, diz defesa
Como o plano deu errado, Yann manteve a animadora de festas Ana Júlia de Sousa Brito e os três filhos dela como reféns por mais de 17 horas, na avenida Augusto Montenegro, em Belém
A advogada Marilda Cantal, que trabalha na defesa do sequestrador Yann Carlos Monteiro Barroso, confirmou nesta quinta-feira (16) que a intenção do rapaz era assaltar o motorista de aplicativo para extrair dinheiro. Porém, de acordo com a advogada, os planos deram errado. Com isso, Yann manteve a animadora de festas Ana Júlia de Sousa Brito e os três filhos dela como reféns por mais de 17 horas, na avenida Augusto Montenegro, em Belém.
Marilda teve contato com Yann na última quarta-feira (15), durante a audiência de custódia, realizada de forma remota. De acordo com ela, Yann lembra de tudo o que aconteceu naquele dia 8 de março. Além disso, o sequestrador também assumiu para ela que não possui problemas mentais e que isso é invenção da família dele. Marilda garantiu que o rapaz não possui nenhum exame que comprove os transtornos.
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Durante a audiência, Yann confirmou ainda que cravou a faca no próprio pescoço com intenção de ser socorrido para sair logo dali. Dentre as inúmeras afirmações que fez à sua defensora, Yann declarou que não quer deixar a cadeia. “Eu quero morar aqui”, disse o rapaz para a advogada.
Em conversa com Yann, Marilda o indagou sobre a saída dele de Santa Catarina. Segundo a advogada, o rapaz respondeu: “Eu tive uma briga muito séria com a minha esposa lá em Santa Catarina e nós resolvemos nos separar. Eu vim embora. Peguei carona de caminhão para Santa Catarina, de Santa Catarina para São Paulo, de São Paulo para Belém e cheguei aqui”.
Yann acrescentou que, ao chegar em Belém, estave procurando a avó, mas ela estava viajando. Na residência da idosa, tinha uma tia com quem Yann não se dava bem. Então, ele saiu e ficou “perambulando”, narrou a advogada.
Yann queria assaltar motorista de aplicativo
Para a advogada, Yann assumiu que a intenção era assaltar o motorista de aplicativo, que conseguiu fugir. “Eu estava sem dinheiro. Simplesmente, eu saí para fazer assalto e não deu certo. Eu ia assaltar aquele motorista, mas ele fugiu. Como eu já estava dentro do carro e aquele pessoal todo dentro, eu procurei me manter lá. Demorou para eu me entregar, porque eu não faço negociação com policial nenhum”, contou Yann.
Sequestrador cravou faca no pescoço para sair logo do local
“Não tentei me matar. Na hora em que a menina (Ana Júlia) foi libertada, a polícia correu toda em cima de mim e eu estava ainda com a faca na mão direita, enfiei no meu pescoço para ver se eles me socorriam e não me matavam”, assumiu o sequestrador à advogada. “Se eu quisesse me matar, eu não tinha feito isso do lado direito. Ia para o esquerdo, que é onde tem a jugular”, explicou o rapaz.
Exame de sanidade mental
A advogada Marilda Cantal entrou com pedido para que Yann seja submetido a exame de sanidade mental, pois considera que as atitudes dele durante o sequestro não foram de uma pessoa considerada normal. O rapaz, de acordo com a advogada, teve um surto na cadeia e, por esse motivo, está sendo monitorado por um agente penal. “Em caso positivo, para que seja submetido a tratamento”, informou, ao acrescentar também que essa foi uma estratégia adotada para resguardar a vida de Yann, futuramente, em caso de condenação.
‘Eu não sou doido, minha família que está dizendo’, assumiu Yann
Ainda na audiência de custódia, Yann afirmou que não tem problemas mentais. “Eu não sou doido. Minha família que está dizendo. Eu lembro de tudo. Não quero sair da penitenciária. Quero morar aqui agora”, declarou Yann para a sua defesa.
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