Refém na Augusto Montenegro: 'O dia em que renascemos', diz vítima uma semana depois
Segundo a Polícia Civil do Pará, o sequestrador Yann Carlos Monteiro Barroso deverá ser ouvido nesta quinta-feira (16)
O sequestro da animadora de festas Ana Júlia de Sousa Brito, feita refém junto com os três filhos por mais de 17 horas, na avenida Augusto Montenegro, em Belém, completa uma semana nesta quarta-feira (15). “O dia em que renascemos”, disse a jovem em um relato emocionante. Ana Júlia também desabafou sobre as dificuldades que vêm enfrentando, as quais envolvem os filhos, as finanças e o medo. Segundo a Polícia Civil do Pará, o sequestrador Yann Carlos Monteiro Barroso deverá ser ouvido nesta quinta-feira (16). O horário e local não foram informados.
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O que aconteceu antes do sequestro
Em seu relato, Ana Júlia afirma que, antes daquele dia 8 de março, trabalhava como podia para ajudar a manter as crianças, bem como as despesas da casa. “Trabalho com animação, mas já vendi brigadeiro na rua, trabalhei nos micro-ônibus e sempre fiz o que pude”, destacou.
Ana Júlia relembrou que, três dias antes do sequestro, trabalhou em um evento e guardou parte do dinheiro para sair com os filhos no dia 8, Dia Internacional da Mulher. A data que deveria ser de comemoração terminou 17 horas de agonia, tortura, dor, fome e sede. Nos últimos dias, a jovem está recebendo apenas apoio psicológico por parte do Estado, de acordo com ela.
A animadora de festas contou que foi até um shopping localizado na BR-316 para comprar alguns produtos que estavam faltando em casa. Após isso, os filhos pediram bolo de chocolate, o preferido deles, e pizza. Ana atendeu aos pedidos e, na sequência, todos iriam embora.
“Estávamos na frente do Castanheira. Como estava dando muito caro o Uber, fomos por trás. Nisso o Uber disse que tinha parado mais para a frente, pois ali parava muito ônibus”, relatou a jovem, acrescentando que tudo começou por volta das 19h10.
“Vi o rapaz (Yann). Como estava com a neném no colo, pensei que queria dinheiro ou ia me ajudar. Ele já tirou a faca. O Uber tentou me defender, mas como ele (Yann) ia acertar a neném, eu peguei a faca. O Uber viu que eu tinha me cortado e saiu do carro desesperado”, detalhou Ana Júlia. Ainda segundo ela, tudo aconteceu próximo de uma viatura da Polícia Militar.
“E aí começou o terror, foram horas de desespero, ameaças, de muitos pedidos dos meus filhos para que afrouxasse a faca em meu pescoço. Ele dizia que ia nos matar”, desabafou a vítima.
“Ele (Yann) estava se estressando a todo momento com meus filhos. Quando ele entrou, já estava defecado. A todo momento, ele não parava de defecar. Passava na gente. Quis que meus filhos comecem o bolo da mão dele. Um pedacinho só”, acrescentou a vítima.
Yann viu fotos e endereços da família no celular de Ana Júlia
“Viu nossos endereços, fotos da família. Meu filho que é autista passou por tudo isso e não está bem, principalmente a neném, que ficou sem beber água e sem comer. Foram muitas horas de calor e, quando amanheceu, o sol foi aumentando. A neném com a cara no sol a todo tempo. Estava quase desmaiando, pedindo por favor ‘Um copo d’água, tio’. Ela chamava como ele pedia”, relatou a animadora de festas.
“Deus e Nossa Senhora de Nazaré são tão bons, que ela estava quase desmaiando, mas teve forças para caminhar e sair dali”, agradeceu Ana Júlia. “Contar isso dói demais, principalmente pelo que meus filhos passaram. Gostaria que algumas pessoas não falassem besteira sobre eu não poder trabalhar ainda”, pediu.
Como ajudar Ana Júlia
A jovem está aceitando todo tipo de doação. Quem quiser colaborar com valores em dinheiro, pode repassar diretamente para o PIX dela:
Ana Júlia de Sousa Brito
Chave (e-mail): juliabritoegeg@gmail.com
Banco PicPay
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