Advogados acusados de matar a mãe: testemunha dá detalhes da cena crime em depoimento
Cinco pessoas foram ouvidas no dia 24 de junho e deram depoimentos sobre o caso
No dia 24 de junho, cinco pessoas prestaram depoimento na Promotoria de Justiça de Violência Doméstica, sobre o assassinato de Arlene Giugni da Silva. O caso aconteceu no dia 18 de janeiro deste ano, no bairro Batista Campos, em Belém. As testemunhas comprovam que a filha da vítima, a advogada Juliana Giugni Cavalcante Sobrinho de Melo, é quem estava com a arma do crime, uma faca.
Uma das testemunhas, que teve a identidade preservada pelo Ministério Público, contou que o quarto de Arlene e de Juliana foram limpos. “No acontecido, as meninas me chamaram para fazer a limpeza lá. A gente tirou tudo que tinha no quarto da dona Arlene, na cama. Jogamos fora os edredons. Tiramos o colchão de lá, onde aconteceu o crime e também limpamos o quarto da Juliana, a filha da dona Arlene. Não joguei fora nada. Apenas pegamos e colocamos num saco e ficou lá. Eu não joguei fora nada”, disse.
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A testemunhas contou que ficou horrorizada com o que viu ao chegar na cena do crime. Segundo ela, o quarto de Arlene era o que mais tinha sangue, seguido do de Juliana.
“Um terror. Nunca tinha visto uma coisa assim. Só fui fazer isso, porque eu trabalhei dez anos para a dona Arlene. Foi uma tristeza muito grande. A porta estava suja de sangue, não muito sangue, mas estava. Na parede, alguns pingos. No chão só tinha quando tiraram a cama e ficou aquele chão manchado de sangue. Mas não tinha muito sangue no quarto dela (Arlene). No quarto da Juliana tinha sangue. Não era muito sangue. Era na parede, no corredor, na cama muito pouco. Na porta do quarto dele (Leonardo), tinha sangue para dentro. O quarto do Leonardo ficava em frente ao quarto da mãe dele. O da Juliana já ficava próxima a cozinha. O quarto da Arlene era o que mais tinha sangue. Em segundo vinha o quarto da Juliana. E em terceiro lugar, bem pouco o do Leonardo”, afirmou a testemunha.
A testemunha foi questionada sobre quem teria ordenado a jogar o colchão fora e ela respondeu que foi o Felipe, filho de Arlene. “Sobre fazer, limpeza e pegar as coisas, a Juliana não se meteu em nada. Quem me mandou ir, mas depois que a polícia liberou foi a Lorena e o Felipe”, disse.
Segundo a mesma testemunha, discussões eram normais entre Juliana e Arlene. “Ele pegou covid-19 e depois se separou. Aí ela foi morar com a mãe. Já vi discussões entre elas duas”, comentou.
Sobre o Leonardo e mãe, a testemunha esclareceu que ambos tinham discussões. “Eram discussões ‘normais’. Eles discutiam porque ele (Leonardo), queria pegar o carro. A Juliana também queria pegar o carro. Enquanto eu estive lá, ele quase não brigava com a mãe dele. Sempre soube que ele era adotado. Mas ela (Arlene) tratava o Leonardo super bem, até mais do que a Juliana. Ela amava esse filho”, alegou.
Ainda de acordo com a pessoa, ela não acreditou ao saber inicialmente que Leonardo teria matado a mãe e que Juliana teria ciúmes. “Eu cuidei dele desde quando ele tinha oito anos de idade. Eu levava o Leo para natação, aula de inglês e escola. Quando a mãe viaja, ficávamos só eu e ele. Ele era muito calmo, não discutia ou exigia nada. A Juliana era na dela. Às vezes um ciúme que ela tinha. Um tem ciúme um do outro. Depois que ela se separou do marido ficou triste e depois desse acontecido piorou. É muito triste. Chora muita. Não tem vontade de fazer nada. ‘Tá’ um pouco difícil”, lamentou.
Irmã teria cometido o crime
No dia 18 de janeiro deste ano, o advogado Leonardo Felipe Giugni Bahia foi apontado como assassino da própria mãe. Ele teria matado ela a facadas e atentado contra a vida da irmã, em Belém. Mas o caso agora tem uma reviravolta: o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) aponta que o feminicídio foi cometido pela irmã de Leonardo. O advogado agora é apontado como coautor do crime e está sendo acusado de tentar matar também a irmã.
Relembre o caso
O advogado Leonardo Felipe Giugni Bahia foi preso em flagrante no início da manhã do dia 18 de janeiro após esfaquear e matar a própria mãe, Arlene Giugni da Silva, dentro do apartamento onde a família morava, no bairro da Batista Campos, em Belém. O suspeito foi apresentado na Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil, em São Brás, após ter ligado para a polícia e se entregado. A irmã dele também foi ferida, sem gravidade. Entre as linhas de investigação, a principal hipótese é a de que o homem tenha tido um surto psicótico.
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