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MPPA comprova que advogada acusada de matar a mãe estava com a arma do crime

De acordo com o promotor Franklin Lobato Prado, foram ouvidas algumas testemunhas que comprovam que a advogada Juliana Giugni Cavalcante Sobrinho de Melo é quem estava com a faca nas mãos

O Liberal
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O Ministério Público do Pará (MPPA) continua investigando o assassinato de Arlene Giugni da Silva, ocorrido no dia 18 de janeiro deste ano, no bairro da Batista Campos, em Belém. De acordo com o promotor Franklin Lobato Prado, foram ouvidas algumas testemunhas que comprovam que a filha da vítima, a advogada Juliana Giugni Cavalcante Sobrinho de Melo, é quem estava com a arma do crime, uma faca. O MPPA informou que aguarda o cumprimento das diligências e está investigando novas provas da autoria e materialidade do fato.

O promotor Franklin Lobato Prato afirma que o fato de Juliana estar com a arma do crime já havia sido provado pelas imagens de câmeras de segurança do condomínio e também pelas perícias que foram feitas no corpo da vítima. “Também o Ministério Público conseguiu o terceiro depoimento do acusado à Polícia Civil, onde ele confessa, com detalhes, como aconteceu o crime naquela noite. Ele alega que estava no quarto, que viu a irmã com marcas de sangue e logo em seguida constatou que a mãe tinha sido assassinada, pegou a faca e foi atrás da irmã para tentar matá-la”, pontuou.

O depoimento

No novo depoimento, Leonardo Felipe Giugni Bahia retificou parte de suas declarações prestadas anteriormente. Ele contou que no dia 17 de janeiro, por volta das 19h, saiu para ir a uma farmácia comprar remédios para a irmã. Ele retornou às 20h15 e foi tomar banho, pois estava com uma crise alérgica e com coceira no rosto. Em seguida, ele resolveu ir a um hospital, onde o médico lhe receitou a medicação hidrocortisona e passou uma receita para se medicar em casa, o que ele não fez.

Leonardo disse que voltou para casa por volta das 22h15, e sua mãe estava sozinha na sala, assistindo televisão. Ele tomou banho novamente e foi deitar. Arlene, então foi até o quarto do filho e falou sobre uma briga que ele teria tido com a irmã por conta de um pão jogado à mesa. Ele disse que não queria falar sobre o assunto e foi dormir. Já por volta das 2h da madrugada, o advogado relatou ter acordado assustado com o barulho de uma porta batendo forte.

Foi quando ele teria ouvido gritos da mãe, dizendo: “Sai, Juliana”, repetidas vezes, e depois ouviu o cachorro da família latir. Leonardo disse ter ficado angustiado, pensando se tratar “de mais um surto da irmã”, colocou o travesseiro sobre os ouvidos e tentou dormir, mas não conseguiu. Pouco tempo depois, ele resolveu ir até o quarto de Arlene, e a encontrou morta na cama. Neste momento ele teria ficado revoltado, pegado a faca que estava próxima ao corpo e partido para cima de Juliana, questionando o motivo de ela ter feito aquilo.

Os dois, então, teriam iniciado uma luta corporal, momento em que Leonardo feriu a irmã com um corte no pescoço. Ele disse que não tinha a intenção de matá-la. O embate continuou, e Juliana se feriu novamente, desta vez na mão. Segundos depois, ela teria começado a chorar e pedir desculpa ao irmão pelo que havia feito. Os dois, então, se abraçaram e Leonardo disse para a irmã ter calma, que nada iria acontecer com ela.

“Vamos fazer o seguinte: vai embora daqui, desce, leva essa faca, chama socorro, chama a polícia, chama alguém”, disse o advogado. E foi o que ela fez. Depois disso, Leonardo contou que ainda pensou em se matar, mas desistiu. Ainda em depoimento, ele disse que “resolveu falar toda a verdade, pois não suportava mais carregar este peso e uma culpa por um crime que não cometeu, e estar preso”.

O caso

O advogado Leonardo Felipe Giugni Bahia foi preso em flagrante no início da manhã de terça-feira, 18 de janeiro, suspeito de esfaquear e matar a própria mãe, Arlene Giugni da Silva, dentro do apartamento onde a família morava, no bairro da Batista Campos, em Belém. O acusado foi apresentado na Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil, em São Brás, após ter ligado para a polícia e se entregado. A irmã dele também foi ferida, sem gravidade. Inicialmente, a principal hipótese era a de que o homem teria tido um surto psicótico.

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