Polícia Federal realiza pente fino em empresas de formação de vigilantes no Pará
No Pará, estado que ocupa o primeiro lugar em número de vigilantes ativos na região Norte, com 28.571 trabalhadores, foram inspecionadas 14 instituições de ensino e três delas apresentaram irregularidades
A Polícia Federal realizou nesta quarta-feira (11), a operação Formação Legal III, com o objetivo de fiscalizar empresas de formação de vigilantes em todo o Brasil. No Pará, estado que ocupa o primeiro lugar em número de vigilantes ativos na região Norte, com 28.571 trabalhadores, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, foram inspecionadas 14 instituições de ensino, com foco em aspectos como o cumprimento da carga horária mínima dos cursos, controle de frequência dos alunos, capacitação dos instrutores e regularidade na aplicação das provas. Três delas, todas localizadas em Marabá, apresentaram irregularidades.
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A ação, de alcance nacional, mobilizou mais de 300 agentes para vistoriar 256 escolas, buscando garantir a conformidade com as exigências estabelecidas pela legislação que rege o setor de segurança privada. Entre as escolas fiscalizadas no Pará, cinco estão em Belém, uma em Castanhal, três em Santarém, quatro em Marabá e uma em Altamira. Em Marabá, três das quatro instituições apresentaram irregularidades, que variaram desde a falta de controle de frequência até a aquisição de material controlado sem o devido conhecimento da Polícia Federal. Foram lavrados autos de constatação de infração, e as escolas deverão responder a procedimentos administrativos.
As irregularidades identificadas, como extintores vencidos e turmas comunicadas fora do prazo, são como sinais de desajustes em um setor essencial para a proteção do patrimônio e da vida. "Esses problemas, ainda que pareçam pontuais, podem comprometer a qualidade da formação dos vigilantes, e, consequentemente, a segurança da população que depende desses profissionais", analisa o especialista em segurança pública, Emanuel Cláudio. "O Pará, por ser uma das regiões com maior número de vigilantes no Brasil, deve tratar essa questão com prioridade", afirma.
A importância do setor no Pará
Com 28.571 vigilantes ativos no estado, o Pará ocupa o primeiro lugar no ranking nacional, superando o Amazonas, que possui 14.674. Contudo, o alto número de vigilantes com curso vencido — mais de 81 mil — revela um desafio a ser enfrentado pelas autoridades e empresas do setor. Esse número é quase três vezes maior do que o de profissionais regularizados, o que acende um alerta para a necessidade de reciclagem e acompanhamento mais rígido dos cursos.
De acordo com o Anuário Brasileiro da Segurança Pública atual, no Pará há 80 empresas de vigilância patrimonial, 6 de transporte de valores, 36 de escolta armada e 25 de segurança pessoal, números que refletem a importância desse segmento para a economia local e para a segurança da população. Além disso, os vigilantes no estado possuem uma base salarial de R$ 1.770,60, a segunda maior da região Norte, atrás apenas do Tocantins.
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