Estudantes de Abaetetuba criam robô para detectar gás metano e alertar sobre os impactos ambientais
A proposta do projeto é usar a robótica educacional e sustentável como um meio para inserir a tecnologia na educação

Estudantes da Escola Estadual de Tempo Integral Professor Bernardino Pereira de Barros, em Abaetetuba, na Região de Integração de Tocantins, no Pará, desenvolveram um “robô detector de gás metano” como parte de um projeto de robótica que alia tecnologia e sustentabilidade para estimular a educação ambiental na comunidade escolar. Com foco nas discussões sobre mudanças climáticas, o protótipo foi pensado para ser utilizado em áreas com possíveis emissões antropogênicas de gás metano no município.
Além disso, a iniciativa busca alertar sobre os impactos desse gás e demonstrar como soluções de baixo custo podem contribuir para a mitigação de problemas ambientais locais e globais. Segundo o professor orientador do projeto, Sebastião Gomes, a ideia é usar a robótica educacional e sustentável como um meio para inserir a tecnologia na educação, assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades. “Nós começamos o nosso grupo de Ciências da Natureza e também passamos a desenvolver trabalhos na área de robótica”, diz.
“E, desde então a gente vem trabalhando com vários projetos, futebol de robôs, tecnologia assistida, vários projetos que a gente já desenvolveu e o robô detector de gás metano é mais um projeto, fruto desse trabalho que a gente já faz e, desde o ano de 2023, nós começamos a desenvolver trabalhos na área ambiental. Eu sou professor de Química e a gente trabalha em conjunto com Educação Ambiental e, com a COP 30 vindo, nós começamos a desenvolver trabalhos voltados às problemáticas ambientais”, completa o professor Sebastião, que conta com o apoio da professora Clenilma Barbosa.
Impactos
Ainda segundo o educador, “a partir das inferências, informações e dados obtidos com o trabalho, ficou evidente que ações resultantes da ação humana causam impactos nas mudanças climáticas a nível global (como gás metano que é objeto desse estudo)”. “Ações que reduzem a emissão de metano significam reduzir rapidamente as taxas de aquecimento global no curto prazo. Trazer essas problemáticas da vida cotidiana para sala de aula e por meio de tecnologia de baixa custo propor soluções, é estar colaborando na formação de pessoas proativas, protagonistas e com responsabilidade social”, destaca o professor.
Desenvolvimento
Na prática, o projeto de criação do robô detector de gás metano é feito primeiro com a identificação da problemática e, a partir daí, um levantamento de dados é realizado para que os estudantes entendam e estudem a parte teórica. “O nosso robô não está terminado, a gente ainda vai levar ele para campo para detectar e, a partir daí, evoluir o robô, que utiliza materiais como miriti, sucata eletrônica. Aí uma equipe cuida da parte da montagem, a outra equipe cuida da parte da confecção do protótipo no miriti”.
“Outra equipe já fica responsável pela programação e depois a gente senta e monta. Quando o robô detecta o gás metano, o LED verde apaga e acende o vermelho. Lembrando que é um robô que ainda vai passar por evolução, ainda em desenvolvimento”, explicou o professor Sebastião, que ressalta a importância do desenvolvimento do robô detector de gás metano para os estudantes. Uma das importâncias desse projeto é promover o desenvolvimento cognitivo do aluno com possibilidade dele ser o produtor de tecnologia, não só um consumidor de tecnologia.”, acrescenta o docente.
Futuro
Para a estudante da 2ª série do Ensino Médio, Thiele Pimentel, o projeto despertou uma nova visão sobre o mundo e o futuro. “Me deu uma nova visão de mundo, sobre o mundo que eu não conhecia e também sobre a robótica. É uma iniciativa que traz uma nova perspectiva para nós e nos mostrou uma nova área de interesse. Participar do projeto foi totalmente inovador para a escola. E abriu portas para assuntos que a gente nem sabia que se interessava. projeto agregou muito para a gente enquanto estudante”, conta.
Educação ambiental
O secretário de Estado de Educação do Pará, Rossieli Soares, observa que este é um ano muito importante para as discussões climáticas e que iniciativas como essas fazem toda a diferença. "Quando implementamos o componente curricular de Educação Ambiental nas nossas escolas, foi justamente para que ações como essas surgissem ou se aprimorassem. Poder contar, ainda, com o ensino integral certamente faz toda a diferença, já que nossos estudantes têm ainda mais oportunidades para se dedicar, desenvolver e para serem protagonistas”, pontua o titular da pasta.
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