Cratera se abre na praia do Atalaia, em Salinas, e assusta banhistas; conheça o fenômeno
O geólogo Amilcar Carvalho Mendes, que é pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi, explica o processo natural ocorrido por conta das chuvas e a elevação do lençol freático

Um fenômeno inusitado chamado de rompimento de dique foi registrado na praia do Atalaia nesta quarta-feira (5/3), em Salinópolis, no nordeste do Pará. Segundo a Polícia Militar, a área já foi isolada.
O geólogo Amilcar Carvalho Mendes, que é pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi e especializado em sensoriamento remoto, explica que o episódio é um processo natural. “Atrás das dunas fica acumulado água, um sistema que chamamos de lago interdunas, e o que aconteceu foi o rompimento do dique que segurava essa água e acabou escorrendo para a praia”, informou.
Amilcar conta também que, por conta das chuvas e da elevação do lençol freático, ocorre a saturação dessa água, que acaba não escoando. “Ela (água) transborda e rompe esse dique de contenção natural que se forma e isso extravasa para a praia. Não é bem uma cratera. Na verdade, é um extravasamento da água da região interdunas que vem, devido a declividade da praia, e faz esse rasgo na areia da praia”, detalha. Mendes ressalta que a maré virá e cobrirá de área o espaço em questão.
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Nas redes sociais, vídeos foram compartilhados sobre o caso. Em uma dessas filmagens é possível ver uma grande quantidade de água passando pelo local. O 13º Grupamento Bombeiro Militar (13º GBM) foi acionado ao caso.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, não foram registrados danos materiais ou feridos. No entanto, a circulação de veículos e banhistas na área foi temporariamente impactada por conta do fenômeno. Outro vídeo que circula nas redes sociais mostra homens do Corpo de Bombeiros e moradores da área analisando a situação de barracas localizadas nas proximidades de onde o rompimento ocorreu.
A Prefeitura de Salinópolis também foi comunicada para realizar as medidas cabíveis, incluindo a drenagem da área. Enquanto isso, o trecho permanece interditado. O CBMPA pede para que as pessoas e condutores evitem passar pelo local até que a situação seja normalizada.
“O Corpo de Bombeiros Militar informa que a erosão foi formada por conta do represamento de água nas dunas devido às fortes chuvas. Não houve registro de vítimas e de danos materiais”, diz um comunicado do Corpo de Bombeiros.
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