Pará registra mais de 3 mil casos de malária em 2025
Nesta sexta-feira (25), é comemorado o Dia Mundial de Luta Contra a Malária

De janeiro a fevereiro de 2025, foram registrados 3.130 casos de malária no Pará. Em 2024, foram computados 23.205 casos da doença no Estado. E, em 2023, foram confirmados 23.788 casos de malária. As informações são da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa). Nesta sexta-feira (25/4), é comemorado o Dia Mundial de Luta Contra a Malária, data estabelecida em 2007 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para marcar o reconhecimento aos esforços globais para o controle efetivo da doença.
A Sespa acrescentou que desenvolve ações estratégicas de prevenção com planejamento anual e controle e vigilância da malária, como distribuição de insumos, capacitação de profissionais, apoio técnico aos municípios e alinhamento de estratégias com as gestões locais para a redução dos casos no Estado.
A malária é uma doença infecciosa causada por um parasita do gênero Plasmodium, que é transmitido a humanos pela picada de fêmeas infectadas dos mosquitos Anopheles (mosquito-prego), informa o Ministério da Saúde. Estes mosquitos são mais abundantes nos horários crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno. Portanto, não é uma doença contagiosa, ou seja, uma pessoa doente não é capaz de transmitir malária diretamente a outra pessoa.
De acordo com o médico virologista Caio Botelho, a malária é transmitida pela picada do mosquito, assim como a dengue, a chikungunya, ou a febre amarela, porém, diferente delas, não é um vírus, e sim um protozoário. "É interessante que nós conseguimos controlar a malária urbana, mas ainda temos regiões mais isoladas, rurais onde temos sim a transmissão da doença. Alguns sintomas são tão intensos que a pessoa pode vir a óbito pela doença", disse.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a região amazônica é onde estão 99% dos casos de malária hoje. “Entre as principais medidas de prevenção estão as telas de proteção, mosqueteiros, utilização de repelentes, roupas que cobrem o corpo o máximo possível e também observar se o ambiente é propício à reprodução dos mosquitos”, contou o médico virologista.
A malária também é conhecida como impaludismo, paludismo, febre palustre, febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, além de nomes populares como maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou febre. Toda pessoa pode contrair a malária. Indivíduos que tiveram vários episódios de malária podem atingir um estado de imunidade parcial, apresentando poucos ou mesmo nenhum sintoma, informou, ainda, o Ministério da Saúde.
Porém, uma imunidade esterilizante, que confere total proteção clínica, até hoje não foi observada. Caso não seja tratado adequadamente, o indivíduo pode ser fonte de infecção por meses ou anos, de acordo com a espécie parasitária. A malária é uma doença que tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito. Entretanto, a doença pode evoluir para suas formas graves se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada.
“É extremamente importante observar que não há vacinas disponíveis para a malária, então o principal a fazer é: se você vai para alguma região que tenha casos, você deve procurar um médico para que ele lhe indique a medicação que auxilia a prevenir a doença. E fica o alerta também, se você pegou a malária uma vez, pode sim contrair a doença múltiplas vezes, então o melhor é prevenir", afirmou o médico virologista Caio Botelho.
Sintomas da doença
Os sintomas mais comuns são:
- calafrios
- febre alta (no início contínua e depois com frequência de três em três dias)
- dores de cabeça e musculares
- taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos)
- aumento do baço
- por vezes, delírios.
No caso de infecção por Plasmodium falciparum, também existe uma chance em dez de se desenvolver o que se chama de malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença.
Além dos sintomas correntes, aparece:
- ligeira rigidez na nuca
- perturbações sensoriais
- desorientação
- sonolência ou excitação
- convulsões
- vômitos
- dores de cabeça, podendo o paciente chegar ao coma.
Transmissão
O protozoário é transmitido ao homem pelo sangue, geralmente através da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium ou, mais raramente, por outro tipo de meio que coloque o sangue de uma pessoa infectada em contato com o de outra sadia, como o compartilhamento de seringas (usuários de drogas), transfusão de sangue ou até mesmo da mãe para feto, na gravidez.
Tratamento
Em geral, após a confirmação da malária, o paciente recebe o tratamento em regime ambulatorial, com medicamentos que são fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente os casos graves deverão ser hospitalizados de imediato.
O tratamento indicado depende de alguns fatores:
- a espécie do protozoário infectante;
- a idade do paciente;
- condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde;
- gravidade da doença.
Prevenção
Medidas de prevenção individual:
- uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas;
- roupas que protejam pernas e braços;
- telas em portas e janelas;
- uso de repelentes.
Medidas de prevenção coletiva:
- drenagem;
- obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor;
- aterro;
- limpeza das margens dos criadouros;
- modificação do fluxo da água;
- controle da vegetação aquática;
- melhoria da moradia e das condições de trabalho;
- uso racional da terra.
Fontes: Fundação Oswaldo Cruz, Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde
Malária em números no Pará:
- 2023: 23.788 casos de malária
- 2024: 23.205 casos.
- De janeiro a fevereiro de 2025, foram registrados 3.130 casos.
Fonte: Sespa
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA