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Ibama resgata onça 'pituca' no sudoeste do PA, após denúncias de exploração animal nas redes sociais

Animal era criado como "pet" por uma agricultora em Uruará (PA) e acumulava mais de 400 mil seguidores nas redes sociais; denúncias de exploração e risco à segurança levaram à ação do Ibama

Danilo Alves | Especial para O Liberal
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A rotina bucólica compartilhada por uma agricultora no interior do Pará ganhou contornos de polêmica nesta segunda-feira (14), quando agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) resgataram a oncinha Pituca, animal silvestre criado como “pet” por uma família em Uruará, no sudoeste do estado. A felina, que conquistou mais de 400 mil seguidores nas redes sociais, era a estrela de vídeos publicados diariamente desde julho de 2024.

A responsável por Pituca, a agricultora Luciene Cândido, usava seus perfis nas redes sociais para mostrar a vida no campo, em uma pequena fazenda da região. Nas imagens, a onça-pintada aparecia interagindo com outros animais e até com crianças da família — um cenário que dividia opiniões entre os seguidores.

Desde novembro do ano passado, no entanto, começaram a crescer os comentários alertando sobre o risco de manter um animal silvestre em cativeiro doméstico, além de acusações de comportamento agressivo por parte da onça. O número de denúncias ao Ibama também aumentou, motivando a ação do órgão federal.

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Luciene contou, em vídeo publicado após a operação, que estava fora da propriedade no momento do resgate e que foi avisada da chegada das viaturas por vizinhos. Além de perder a guarda de Pituca, ela foi multada e recebeu a determinação para excluir todo o conteúdo envolvendo a onça de seus perfis. Emocionada, a agricultora disse que Pituca nunca foi maltratada e vivia pacificamente com a família.

Durante a vistoria, a equipe do Ibama encontrou a jaguatirica em cima de um guarda-roupa, dentro de um quarto da residência. O animal tinha livre acesso à casa, incluindo áreas onde eram armazenados herbicidas, o que representava risco à sua saúde.

A jaguatirica foi encaminhada ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, onde passará por processo de reabilitação antes de possível reintrodução à natureza.

A responsável foi autuada com multas que somam R$ 10 mil, com base na Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998), que proíbe a posse e exploração de animais silvestres sem autorização. Ela também foi notificada a remover todas as imagens do animal das redes sociais, sob pena de multa diária em caso de descumprimento.

Ainda não se sabe a origem exata da jaguatirica. “O animal pode ter sido vítima da caça da mãe ou ela pode ter se ausentado para buscar alimento e ele foi subtraído do habitat, o que configura crime”, explicou o superintendente do Ibama no Pará, Alex Lacerda de Souza. “Animais silvestres devem ser mantidos na natureza e não em contato com animais domésticos nem seres humanos. Só assim garantiremos a conservação dessas espécies”, concluiu.

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