Cerol proibido: Pará já registra mais de 2 mil quedas de energia por conta de pipas
Dados são da Equatorial Pará, no período de janeiro a maio deste ano. Desde 2017, o número de casos aumentou anualmente, somando mais de 25 mil ocorrências
De janeiro a maio deste ano, acidentes com pipas já causaram 2.284 interrupções no fornecimento de energia, como aponta a Equatorial Pará. Desde 2017, quando a empresa começou a fazer registro das ocorrências, já foram mais de 25 mil casos, sendo a maioria em Belém. Os balanços foram divulgados em alusão à lei nº 9.597, de 20 de maio de 2022, sancionada pelo governador Helder Barbalho, que proibiu a produção e comercialização de linhas chilenas e cerol.
O que é cerol?
Cerol é um material cortante, composto de vidro e cola. O produto é usado para que linhas sejam cortadas durante a brincadeira de empinar pipas. Porém, é algo perigoso quando usado sem cautela. Há risco de cortes nas mãos de quem está empinando e de machucar gravemente pedestres, ciclistas e motociclistas. E possibilidade de corte de fiação elétrica, capaz de causar eletrocussão. Por outro lado, é usado em competições e eventos mais profissionais de pipas. A lei acabou dividindo opiniões entre usuários comuns e profissionais.
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Somente Belém registrou 311 casos de falta de energia elétrica devido ao uso de pipas, de forma irregular (próximo aos fios), nos meses de janeiro a maio deste ano. Santarém aparece em segundo lugar, com 177 registros. Em outras cidades como Castanhal e Marabá, os números correspondem a 70 e 55, respectivamente. Em junho e julho, esse número tende a aumentar, destaca nota publica pela Equatorial Pará.
“A interrupção do fornecimento de energia elétrica ocorre por conta das pipas que ficam enroscadas nas redes elétricas podendo provocar desgastes nos fios, e levar a curtos-circuitos em dias úmidos. Além disso, a tentativa de resgatar uma pipa enroscada na fiação, também pode provocar desligamentos no fornecimento além de causar vítimas”, alerta Alex Fernandes, executivo da Área de Segurança da Equatorial Pará.
Em todo o ano de 2017, foram registradas 2 mil interrupções de energia relacionadas a acidentes com pipas, destaca a Equatorial Pará. Em 2018, o número subiu para 2.100; 3.116 em 2019; 7.993 ocorrências em 2020; e em 2021, o número aumentou para 8.959 registros.
"Diante dos altos números, a Equatorial Pará realiza, ao longo dos anos, um trabalho de orientação para o uso correto dessa brincadeira. Através de palestras educativas, cartilhas informativas e até mesmo um aplicativo voltado para a orientar a maneira correta o uso do brinquedo", diz nota da empresa.
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Outras orientações que devem ser seguidas à risca:
- Não solte pipas em canteiros centrais de ruas, avenidas, rodovias ou qualquer lugar onde exista fluxo de veículos;
- Linhas metálicas não devem ser usadas no lugar da linha comum. Nunca use cerol ou a linha “chilena”, elas são proibidas por lei e causam acidentes;
- Não utilize papel alumínio na confecção da pipa. É perigoso, pois este material em contato com os fios provoca curtos-circuitos;
- Caso a pipa enrosque nos fios, é melhor desistir do brinquedo. Tentar recuperá-la representa sério risco, assim como tentar remover a pipa com canos ou bambus;
- Não solte pipa em tempo nublado, principalmente se tiver com chuva. Ela pode funcionar como para-raios, conduzindo energia;
- Não é indicado subir nas lajes das casas para empinar pipa, qualquer distração pode causar uma queda;
- Tenha cuidado com ciclistas e motociclistas, pois as linhas não podem ser vistas e linhas de cerol ou reforçadas podem causar graves acidentes.
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