Lei pode reduzir os riscos com papagaios

Grupo aprova lei estabelecida pela prefeitura para regular a brincadeira

Redação integrada de O Liberal
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Com a chegada do verão elas ganham os céus. As pipas, que fazem a alegria de crianças e adultos, são uma tradição nas ruas da periferia de Belém e no mês de julho invadem também os balneários da capital e redondezas.

O que talvez muitos não saibam é que desde janeiro deste ano uma lei municipal passou a regulamentar a brincadeira na cidade, estabelecendo regras, locais liberados para a prática, proibições e até punições em caso de descumprimento das normas estabelecidas.

Pela Lei nº 9.455, sancionada pelo prefeito Zenaldo Coutinho, fica proibida, no âmbito do município de Belém, a comercialização da linha encerada com quartzo moído, elementos que componham ferro, e demais metais, óxido de alumínio, conhecida como “Linha Chilena” (ou linha indonésia nylon e calonge, linha de pipa kalong, linha indonésia pipa samurai). A lei também estabelece que o uso de pipas no município de Belém somente poderá ser feito por maiores de dezoito anos ou por menores acompanhados de seus responsáveis legais.

Em Belém, existe o Grupo Amigos do Papagaio, criado há três anos, e cujos integrantes se preocupam com a segurança dessa prática esportiva. O comerciante Otávio Lima, o Otávio Pipas, de 36 anos, faz parte do grupo e é favorável às novas regras.

“A lei nos deu direitos e obrigações como pipeiros e empreendedores do ramo da pipa. É uma lei benéfica pra gente. Colocou normas onde devemos soltar pipas, a maneira como os comerciantes deve comercializar a linha encerada”, disse. Ele aponta, no entanto, que há espaços para ajustes na lei para que ela não inviabilize a brincadeira.

“Está expressamente proibido cerol. Mas não colocam de que maneira essa proibição tem que vir. A gente chama de linha esportiva. Uma linha sem cerol é a mesma coisa que um futebol sem gol. Ia acabar terminantemente a pipa, gerando desemprego para muitas famílias. Hoje, em Belém, cerca de 600 famílias vivem diretamente da venda de pipa e de linha encerada. E, indiretamente, mais de mil famílias vivem da pipa hoje em dia. Trabalham dez meses para colher os frutos em dois meses (junho e julho), que são o ápice da pipa”, disse.

Otávio, que é praticante assíduo da brincadeira, lembra que nunca houve registro de um acidente fatal na capital paraense relacionada à prática de empinar pipas, e que os integrantes do grupo Amigos do Papagaio, que são da velha guarda, trabalham para conscientizar as crianças a empinarem em locais adequados.

“Nosso esporte é a pipa, apesar de termos idade mais elevada. Crescemos nessa cultura, viemos da periferia e é isso que a gente tenta ressaltar para sociedade, que a gente precisa do nosso espaço. Durante o ano todo, fazemos uma campanha independente, mandando rodar cerca de 150 mil panfletos, conscientizando a molecada a não soltar pipas onde tem fiação elétrica, onde passam bicicletas, motos, carros, nas vias públicas, em praias, para não causar nenhum acidente”, afirmou.

Em maio deste ano o 4º Festival Nacional de Pipas, em Belém, reuniu participantes de 14 Estados e levou mais de 20 mil pessoas ao Portal da Amazônia.

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