Justiça da Suíça anula condenação de Cuca por caso de estupro em 1987; entenda o caso
Decisão do Tribunal Regional de Berna-Mittelland extingue processo e gera controvérsias sobre representação legal
O Tribunal Regional de Berna-Mittelland, na Suíça, anulou a sentença que havia condenado o técnico Cuca, na época jogador, por acusações de ter feito sexo com uma menor de idade sob coerção durante uma excursão do Grêmio ao país europeu em 1987. A juíza Bettina Bochsler aceitou a argumentação da defesa de Cuca, levantando dúvidas sobre a representação legal adequada durante o julgamento. A informação é do jornalista Igor Gielow, da Folha.
VEJA MAIS
A decisão, anunciada nesta quarta-feira (3), não inocenta Cuca no mérito, mas alega que a ausência de representação legal apropriada justifica a anulação da pena e a extinção do processo. O Ministério Público suíço argumentou que o crime estava prescrito, sugerindo a anulação da pena.
Cuca viu sua carreira ser impactada após as acusações ressurgirem em 2023, quando foi contratado pelo Corinthians. A pressão resultou em sua saída do clube paulista após apenas dois jogos como técnico - um deles contra o Remo, pela Copa do Brasil.
RELEMBRE
A decisão levanta questionamentos sobre a representação legal durante o processo. A ausência de um advogado indicado pelo Grêmio, somada à renúncia do representante original, gerou controvérsias sobre a validade do julgamento.
A defesa de Cuca afirma ter reunido dados suficientes para provar sua inocência no caso, alegando que não houve estupro ou abuso da jovem Sandra Pfäffli. A juíza determinou o pagamento de 9.500 francos suíços (R$ 55,2 mil) em indenização a Cuca, reduzindo o valor inicial.
O caso, que envolve outros jogadores do Grêmio, não resultou em cumprimento de pena, pois eles não retornaram à Suíça enquanto as condenações eram válidas, e não há tratado de extradição entre Brasil e Suíça. Cuca, atualmente com 60 anos, é o único beneficiado pela decisão recente.
A presidente do tribunal procurou Sandra Pfäffli, que faleceu cerca de 15 anos após os fatos, e encontrou um herdeiro que não demonstrou interesse em participar do caso.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA