Entrevistas do Grupo Liberal com candidatos à Presidência contarão com intérprete de Libras
Iniciativa vai reunir nove grupos de mídia dos Estados da Amazônia Legal e busca apresentar as propostas dos candidatos à presidência para a região
A partir do dia 5 de setembro, por iniciativa do Grupo Liberal, os candidatos à Presidência da República irão responder a perguntas de jornalistas de nove grupos de comunicação da Amazônia sobre as suas principais propostas para a região. Com o objetivo de garantir a acessibilidade às pessoas surdas e possibilitar que as informações alcancem o maior número possível de eleitores, as entrevistas contarão com intérprete de libras, transmitindo em tempo real as declarações dos postulantes ao cargo no Palácio do Planalto.
A série começa no Dia da Amazônia, entrevistando Felipe D’ávila (Novo). No dia seguinte, 6 de setembro, será a vez de Ciro Gomes (PDT). O candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, será o entrevistado do dia 8 de setembro, seguido de Soraya Thronicke (União Brasil), no dia 9.
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No dia 12 de setembro, as entrevistas continuam com Jair Bolsonaro (PL), seguido, no dia 13, de Pablo Marçal (Pros), e de Simone Tebet (MDB), no dia 14, encerrando a programação. Todas as entrevistas vão ser realizadas às 12h20.
Abrangência aumenta
Tradutor e intérprete de língua de sinais, André Dantas destaca a importância de garantir a acessibilidade das pessoas surdas, que têm a Libras como primeira língua. “Pode ser um diferencial em relação a outros meios de comunicação que não têm esse recurso de acessibilidade e acho que enriquece no sentido de disponibilizar para mais pessoas aquelas informações que vão ser ditas, para que o eleitor surdo possa avaliar bem os candidatos e ter um voto mais conscientes e mais bem informado”, declarou Dantas, que, além do curso de graduação, tem especialização em tradução de língua de sinais e língua portuguesa, frequentou vários congressos nacionais e é mestre em linguística.
Ele observa que a Libras foi oficializada pela Lei nº 10.436/2002 e as pessoas surdas têm essa como a sua primeira língua. Além disso, existem leis de acessibilidade, bem como a própria Lei de Libras, que preconizam a necessidade do interprete de libras dos meios de comunicação. “Aos poucos, isso tem sido estabelecido pelas empresas de comunicação. Acho que é um passo muito importante para a gente daqui do Pará, ter essas entrevistas, primeiramente, com os candidatos, e ainda mais disponibilizá-las em libras para as pessoas surdas”, completa.
Segundo André Dantas, em Belém, o trabalho de intérprete de língua de sinais começou nas igrejas, tanto nas católicas como evangélicas, mas era muito mais forte entre as testemunhas de jeová e nas igrejas batistas. Depois, o trabalho foi sendo profissionalizado em outras áreas, principalmente na área de educação, com os surdos acessando as faculdades particulares e as escolas. “Foi-se percebendo que a língua de sinais era mais naturalmente percebida por esses surdos e que eles tinham mais capacidade de aprender por meio da língua de sinais e de interagir com o mundo de forma geral, apesar de também serem capazes de oralizar, fazer leitura labial e ler o português, a língua de sinais é de mais conforto para muitos desses surdos”, diz.
Além do Grupo Liberal, do Pará, vão participar das entrevistas os grupos Imirante, do Maranhão; A Crítica, do Amazonas; Diário da Amazônia, de Rondônia; Gazeta do Cerrado, de Tocantins; Gazeta Digital, do Mato Grosso; Roraima em Tempo, Gazeta do Acre e Diário do Amapá.
Informações serão monitoradas
As declarações dadas pelos candidatos à Presidência da República durante as entrevistas serão monitoradas pela equipe do Amazônia Check, do Grupo Liberal, um dos seis projetos selecionados entre mais de 160 inscritos no programa “Jogo Limpo nas eleições 2022”. Trata-se de uma iniciativa do YouTube Brasil e do International Center For Journalists (ICFJ), que tem como objetivo principal ajudar a combater a desinformação antes das eleições no Brasil.
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O acompanhamento e a checagem das informações apresentadas por candidatos sobre a Amazônia durante a campanha já vêm sendo feitos pela equipe do projeto, que também tem o acompanhamento do Projeto Comprova, liderado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), atuando no apoio para treinamento e qualificação da equipe que atuará no período das eleições.
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