Superávit paraense supera US$ 11 bilhões em 2022

Exportações recuam 25%, mas Pará mantém desempenho positivo na balança comercial brasileira

Fabrício Queiroz
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Os dados da balança comercial brasileira divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços mostram que o Estado do Pará teve um superávit de US$ 11,3 bilhões entre janeiro e julho deste ano. O saldo, que considera a diferença entre exportações e importações, indica um aumento de 17,7% na receita gerada no comparativo com o mesmo período do ano passado, quando o estado teve superávit de US$ 9,6 bilhões.

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Apesar da variação negativa registrada nas exportações paraenses, com redução de 25,7% e acumulado de US$ 12,799 bilhões; o Pará se manteve em 5º lugar entre os maiores exportadores brasileiros atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso. Esse resultado coloca o estado como responsável por 6,68% das exportações nacionais.

Entre os segmentos econômicos, destaque para a indústria extrativa que representa 67,8% do total das exportações, seguido pela indústria da transformação com 22,15% e a agropecuária com 10,05%. Na pauta paraense, os produtos com maior peso na balança comercial foram o minério de ferro e seus concentrados (60%), a soja (8,6%), a alumina (8,4%), minérios de cobre (6,2%) e a carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (3%). São itens que tem como destino os maiores mercados consumidores globais, sobretudo a China, os Estados Unidos e o Canadá.

A China, por exemplo, é o principal parceiro comercial do estado, com participação de 48,8% nas exportações paraenses, gerando uma receita no valor de US$ 6,2 bilhões. O resultado é 34,7% menor do que de janeiro a julho de 2021, o equivalente a menos US$ 3,3 bilhões. Para Cassandra Lobato, coordenadora do Centro Internacional de Negócios, da Federação das Indústrias do Estado do Pará (CIN/FIEPA), o cenário de crise internacional e os efeitos dos lockdowns naquele país estão por trás do desempenho inferior da exportação de minério de ferro, que teve queda de 39%.

“Não mudou muito o contexto do que tínhamos no primeiro semestre para esses sete meses. No entanto, já houve uma maior venda de minério de ferro agora em agosto, então é algo que sinaliza uma perspectiva mais positiva em relação ao primeiro semestre. Cada vez mais a China volta ao que era e já observamos um aumento de 4% de compra do minério de ferro da bolsa asiática”, comenta.

Na contramão desse movimento, o agronegócio e a economia florestal tiveram avanços significativos no período. A carne teve uma variação positiva de 41,8%, a soja de 63,2% e a madeira de 100%. Cassandra Lobato avalia que esses resultados evidenciam o esforço dos empreendedores locais no sentido de ampliar a oferta de produtos para o mercado internacional.

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“A madeira e a carne, por exemplo, tem processos de industrialização então já e indústria. Isso demonstra muito o empenho dessas indústrias que estão ampliando suas plantas, tendo, inclusive, aval das autoridades sanitárias chinesas”, diz a coordenadora, que pontua ainda a participação progressiva de outros segmentos na balança comercial paraense. “O processo da indústria paraense é esse de crescer e se diversificar a pauta. Como exemplo temos o cacau crescendo mais de 400% e a o dendê com mais 766%”.

Outro resultado que chama atenção na balança comercial é o avanço das importações puxado principalmente compra de adubos e fertilizantes químicos, que teve variação de 236%. Também tiveram grande impacto o consumo de óleos combustíveis, elementos químicos inorgânicos, produtos residuais de petróleo e instalações e equipamentos de engenharia civil. Todos esses itens são insumos utilizados na indústria de transformação local, bem como para o agronegócio que, segundo Cassandra Lobato, ampliou as compras como forma de evitar a escassez de matéria-prima em decorrência da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Mesmo com o incremento das importações, o Pará figura na 17ª posição nesse ranking.

No contexto nacional, o Brasil fechou o período de janeiro a julho com superávit de US$ 39.889 bilhões, com as US$ 194 bilhões de exportações e US$ 154,3 bilhões de importações. Entre os principais parceiros do Brasil no mercado internacional estão a China, os Estados Unidos, a Argentina, os Países Baixos e a Espanha.  A pauta de exportação inclui os grãos, como soja, café torrado e milho; produtos de origem mineral, como ferro e óleos brutos de petróleo; além de óleos combustíveis, carne bovina, farelos de soja e outros cereais, açúcares, celulose, entre outros parcial ou totalmente industrializados no país.

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