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Água de coco está mais cara em Icoaraci. Saiba o preço cobrado na orla

Vendedores justificam que o produto está chegando a R$ 4 para eles e custos com energia elétrica e aluguel influenciam

Camila Azevedo

A tradicional água de coco vendida na orla de Icoaraci, em Belém, está mais cara. Um levantamento realizado pela reportagem de O Liberal encontrou preços que variam entre R$ 8 e R$ 9, dependendo da barraca. Antes, era costumado cobrar R$ 6 pelo produto. De acordo com os vendedores do local, o cenário é um reflexo do quanto eles estão precisando pagar para vender: os caminhões que abastecem os estabelecimentos têm vindo, em sua maioria, do Nordeste do país com cocos custando até R$ 4.

Os custos adicionais também são calculados para a definição do preço final. Patrick Pereira, de 35 anos, vende água de coco em Icoaraci e lista uma série de outros gastos tidos na barraca para dar continuidade aos trabalhos. “Temos que manter a barraca, pagar energia, pagar o aluguel do local que a gente ocupa. Aqui não é nosso, pagamos para a prefeitura uma taxa. Compramos canudinho, lencinho… Tem que ter essas despesas e ainda pagar as pessoas para trabalharem aqui”.

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R$ 8 é o preço cobrado na barraca do Patrick quando o pagamento é em dinheiro, ou no Pix. “No cartão, ela [a água de coco] sai no preço normal de todo mundo, que é R$ 9. É a taxa que a gente cobra. Esse preço que o pessoal fala, de R$ 6, foi há muito tempo, em 2020. Na semana passada não existia isso, nós não aumentamos assim, de uma hora para outra. A gente espera o momento certo para aumentar. Aqui, na nossa barraca, somos os últimos a acompanhar estes preços”, completa o vendedor.

Nordeste é o principal fornecedor

Atualmente, os caminhões que distribuem coco aos comerciantes são vindos do Nordeste: Ceará, Bahia e Pernambuco têm vendido o produto a preços que vão de R$ 3,50 a R$ 4. Roberto Lima, de 58 anos, vende a água desde 1984 e afirma que os R$ 8 estão sendo cobrados na orla de Icoaraci desde julho. Segundo ele, a produção local de coco não tem sido suficiente para dar conta da demanda, o que obriga os comerciantes a buscarem novos fornecedores. “Então, sai mais caro, sai chegando aqui a R$3,50 a cada ano”.

Roberto também diz que quando o coco é do Pará, ele compra a R$ 2. Em Icoaraci, o período do verão é o de maior movimentação de clientes. “Ele [o coco] só está caro porque vem de longe, demora para chegar aqui, são três dias. Essa época do ano é boa, agora, no verão”, relata. “Quando é inverno, já ‘quebra nossas pernas’. Acho que vai começar [a diminuir o preço] quando os cocos começarem a vir de Capitão Poço [no Pará]. Aì, talvez, a gente volte a vender por volta de R$ 7”, adiciona.

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