Balança comercial revela queda de 24% nas exportações do Pará no acumulado de 2022

Foram menos US$ 1,6 bilhão em exportações em comparação ao mesmo período do ano passado

Natália Mello
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A balança comercial brasileira revelou uma queda de 24% nos valores obtidos com a exportação no Pará no acumulado de janeiro a abril de 2022. Foram registrados US$ 6,7 bilhões, US$ 1,6 bilhão a menos que no mesmo período do ano passado. Assim, a participação paraense nas exportações, entre as unidades federativas brasileiras, caiu de 10,55% (ao longo de 2021) para 6,85 pontos percentuais nesses primeiros quatro meses. Mas, do primeiro trimestre para o quadrimestre, subiu uma posição dentre os principais estados exportadores, saindo de 6º para 5º lugar.

As principais commodities que colocam o Pará, mesmo em queda, entre os cinco principais estados brasileiros no mercado internacional são os minérios de ferro e seus concentrados, que representam 60% da exportação paraense, com US$ 4,1 bilhões. Contudo, ainda referente aos primeiros quatro meses desse ano, em comparação ao ano passado, houve uma queda de 37%; em números, foram menos US$ 2,4 bilhões gerados pelo setor no comércio internacional. Em 2021, o segmento econômico concentrou 74% das atividades de exportação – os 12 meses registraram US$ 21,8 bilhões em exportações, um crescimento de 55,8% em relação a 2020.

Na contramão, a exportação da soja cresceu 124% neste quadrimestre, com um incremento de US$ 231 milhões, sendo responsável por 6,2% das atividades e gerando um total US$ 417 mi para o Estado – a metade de todo o ano de 2021. Ao longo do ano passado, a atividade agrícola era responsável por apenas 2,7% das exportações, e foi responsável por US$ 811 milhões gerados. Mas vale ressaltar que o segmento vem de uma crescente: os 12 meses de 2021 demonstraram um crescimento de 6,85% da atividade em comparação com o ano anterior, registrando US$ 52 milhões a mais para a economia paraense.

A coordenadora do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Pará (CIN/FIEPA), Cassandra Lobato, explica um pouco sobre a retração do Pará no cenário internacional. "A diferença já diminuiu, até mesmo em comparação ao primeiro trimestre, apesar de ficar negativa, muito devido a questão do minério de ferro. O minério de ferro vem tendo aí algumas quedas, um dos motivos nesse momento é a questão da Covid-19 na China, hoje o maior comprador de minérios de ferro usado. Tem a queda do valor até na bolsa de valores, e isso faz com que todo esse processo de venda do produto caia”, ressalta.

A tendência, segundo Cassandra, é continuar essa queda, principalmente no que se refere à exportação de ferro, porém, a expectativa é que no próximo semestre haja uma variação positiva. “Essa é a esperança, esse é o trabalho que a indústria toda vem fazendo para se manter no mercado internacional, e a gente acredita também, com o final de alguns critérios para a contenção da Covid-19, que a China retorne a importar do nosso mercado”, pontua.

A especialista afirma que não há preocupação e sim um trabalho, por parte das indústrias, e ainda uma compreensão desse mercado, e reforça que por mais que, ao subir uma posição no ranking entre os principais exportadores do país, demonstra força e se mantém em terceiro com o melhor saldo, ficando atrás somente de Mato Grosso e Minas Gerais. Quanto ao valor exportado, o Pará, segundo ela, ficou na frente do Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Bahia, Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, “estados que têm uma força na exportação muito grande. Temos muita esperança de pegar a quarta posição, que reflete muito o perfil exportador paraense”, diz.

Importação cresce no primeiro quadrimestre

Enquanto isso, a importação no primeiro quadrimestre deste ano cresceu 64,4%. Cassandra diz que esse é um dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia, já que muitas empresas vem tentando comprar o máximo possível de fertilizante para tentar atender ao agronegócio e estocar esse tipo de produto. “Eles querem tentar desenvolver da melhor forma possível a questão do agronegócio e não passar por momentos difíceis na falta desse produto. Então isso já é um efeito da guerra. Houve um aumento aí de mais de 3.500%, algo que a gente precisa levar em consideração”, afirma.

“Esses 64% é justamente aqueles produtos que beneficiam, que estão ligados ao agronegócio. Um dos exemplos é o adubo que vem da Rússia. Em 2021, importamos 495 mil dólares. Esse ano, nesse período, nós já importamos 193 mil dólares de fertilizante da Rússia. Então muito efeito dessa guerra. O receio de não receber esse produto via esse fornecedor faz com que importem essa matéria prima para manter a sua produção agrícola”, finaliza.

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