Empreendedores paraenses falam sobre a importância de manter networking para o sucesso do negócio

Com a evolução dos meios de comunicação e velocidade das informações, o mundo digital se tornou um grande aliado na busca por afirmação dentro do mercado

Camila Azevedo

Construir uma rede de contatos efetiva, o chamado networking, vai além do que apenas manter nomes em uma agenda, mas abre possibilidades de parcerias futuras que podem aumentar o sucesso do negócio. Para o empreendedor, seja aquele que está começando, ou o que está há um tempo no mercado, a prática faz toda a diferença. Junto a isso, com a força que as redes sociais ganharam, manter relacionamento profissional dentro dessas plataformas ajuda na divulgação e na consolidação da marca. Portanto, a dica dos especialistas é permanecer perto e ser visto para, então, ser lembrado.

O networking é uma maneira de manter conexão com profissionais do mesmo segmento, segmentos diferentes, gerar um maior desenvolvimento na carreira, vender, aprofundar as relações com clientes, aumentar a visibilidade do negócio, detectar maiores oportunidades, tornar a empresa conhecida e aprender mais sobre gestão. Para que haja efetividade dentro desse processo, é preciso que ambas as partes criem espaços de interação mútua. Do contrário, as chances de tornar esse um contato superficial e sem os benefícios esperados são altas, não alcançando os resultados necessários.

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Para o presidente do Conselho de Jovens Empresários do Pará (Conjove), João Marcelo Santos, uma boa forma de começar a criar esses relacionamentos é frequentar associações que permitem um contato mais próximo de outros empreendedores. “O principal caminho é começar a frequentar conselhos. Do seu segmento ou do que você trabalha. É importante estar em um grupo de empreendedorismo que tem muita troca, buscar interações, buscar se capacitar. Quando falamos em networking, muita gente pensa que é fazer negócio em grupo, mas vai além, é trabalhar futuras parcerias, caminhar ao lado de concorrentes…”

image Júlia Moreira destaca a importância dos contatos para gerir o seu negócio de quadros decorativos (Ivan Duarte / O Liberal)

Internet traz benefícios

João destaca, ainda, que a velocidade das informações repassadas pelas redes sociais e a capacidade de produção de um conteúdo que gere grande alcance, é fundamental. “Qualquer pessoa que trabalhe com a imprensa tem um foguete nas mãos, que é a comunicação. Então, estando perto dos principais grupos faz, também, com a nossa marca esteja exposta. Além disso, com o poder dos influenciadores digitais, dos jornalistas, faz com que consigamos fortalecer ainda mais o nosso negócio. Ficamos mais conhecidos, as pessoas lembram de você porque você vai estar o tempo todo no meio, trocando ideias”, diz.

Os grupos formados em aplicativos de mensagens instantâneas, ainda, são ferramentas do dia a dia que ajudam no networking e permitem maiores chances de conhecimento. “Apesar de segmentos diferentes, a gente vê muita troca de informações entre pessoas, entre possíveis fornecedores e etc. Em um grupo de WhatsApp, por exemplo, tem mais de duzentas pessoas e todo dia tem alguém em busca de serviço. A gente se ajuda, se indica. A pessoa tem que procurar um grupo, se não, vai ficar sozinha no mercado e não vai conseguir fazer uma rede de relacionamento. A gente precisa trabalhar em grupo”, completa João.

Empreendedora busca manter contatos na internet para divulgação da marca

Júlia Moreira, de 24 anos, é dona de uma empresa que cria quadros decorativos e personalizados. A ideia surgiu em 2016, junto com o noivo (na época, namorado), Augusto, a partir do momento em que perceberam a escassez do segmento no mercado de Belém e sentiram vontade de oferecer esses produtos com qualidade. Os dois ainda faziam faculdade e começaram aos poucos: as primeiras molduras eram artesanais, feitas de papelão. Porém, com a divulgação que passou a ser feita no Instagram, os clientes aumentaram e a rede de relacionamento expandiu. Hoje, a marca conta com mais de 37,7 mil seguidores na internet.

“Conforme foi crescendo, começamos a pegar molduras prontas. Depois, pegamos a nossa própria madeira e, hoje, todos os processos dos quadros são feitos com a gente. Antes, tentamos comprar molduras prontas em lojas de Belém, mas não ficava viável. Então, fomos atrás de fábricas que produzissem madeira e entregassem para Belém. Mas, optamos por marcenarias. Nossos clientes vêm todos do meio digital. Divulgamos, alguns amigos divulgavam também e começamos a investir em tráfego pago, expandindo a marca para outras redes sociais”, relata.

E é por meio das redes sociais que Júlia criou alternativas para os consumidores, além de um plano diferenciado para quem é fotógrafo ou arquiteto, por entender que essa relação poderia trazer mais benefícios. “Temos planos especiais para eles, que tem demanda de quadros. Vendemos a preço de atacado para nichos mais específicos. Tem empresas de formatura também, que precisam de quadro decorativos. Na maioria das vezes, eles vêm até a gente. Conhecem nosso perfil, demonstram interesse e fazemos uma proposta personalizada para atender”, explica.

Empresa cria canal de consultoria para manter relacionamento com clientes

A fidelização dos clientes passa pelo ponto de que os quadros decorativos e personalizados não são produtos recorrentes na cidade e, o diferencial que Júlia aplica em cada item: qualidade. “O grande colaborador disso é atuar com produtos personalizados. A gente percebeu essa necessidade. Antigamente, ficávamos muito em quadros de séries e filmes e, depois, pensamos em personalizar modelos para presentear. Então, criamos um contato de consultoria no WhastApp, o cliente pode enviar fotos e vídeos da casa e vamos dando contribuições com sugestões que façam sentido para ele”, conta Júlia.

Influenciadores são um diferencial

Júlia e o noivo, Augusto, consomem muito conteúdo de influenciadores de Belém e observam a forma de trabalho de cada um para, então, pensarem em uma proposta de divulgação da marca. O networking criado com eles permite que a marca da empreendedora esteja sempre em exposição. “Selecionamos as que se identificam com nosso nicho. Geralmente, são mulheres. Algumas querem decorar a casa e entramos em contato. Os quadros personalizados saem bastante, então, enviamos uma prévia de modelos também para que elas possam divulgar”, finaliza.

Dona de sex shop alia produção de evento com venda de produtos

A forma que Cynthia Camarinha, de 43 anos, encontrou para empreender foi juntar as palestras e eventos sobre sexualidade com a venda de produtos eróticos. Ela fez cursos para se especializar no assunto e as experiências anteriores como gerente em uma multinacional deram confiança para iniciar na jornada. “Comecei em 2019, quando uma amiga me falou sobre o segmento. Logo depois, veio a pandemia, então, os eventos foram suspensos e passei a vender apenas os brinquedos sexuais. Nessa época, teve um ‘boom’ no mercado, porque as pessoas estavam muito sozinhas”, relembra.

image Cynthia Camarinha é dona de uma loja virtual de produtos eróticos e faz palestras e eventos sobre sexualidade (Arquivo pessoal)

A internet também é uma importante ajuda para que a empreendedora mantenha contato com as clientes as faça entender sobre como tirar relacionamentos da rotina, melhorando a parceria entre o casal. “As pessoas vêm muito pelo Google e eu me especializei nessa parte de atendimento online. Trabalhei a divulgação pelas redes sociais. Mostrei como é a questão da sexualidade e como os produtos podem agregar para criar uma conexão melhor. Meu networking também é feito no boca a boca, na indicação. Faço listas de transmissão, promoções mensais, postagens nos status e tudo isso aumenta o alcance”, comemora Cynthia.

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