Pará: Aquecimento nas contratações do Minha Casa, Minha Vida deve ser gradual

Avaliação é de representantes do setor da construção civil e do mercado imobiliário paraense

Elisa Vaz
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Profissionais do segmento da construção civil no Pará ainda estão cautelosos com a nova fase do Minha Casa, Minha Vida. A partir deste mês, o programa habitacional passa por mudanças, entre elas o aumento do teto de financiamento de R$ 264 mil para R$ 350 mil, no caso das pessoas com renda de até R$ 8 mil, a chamada “faixa 3”; e o incremento no subsídio para complementação da compra do imóvel de R$ 47.500 para R$ 55 mil; além da redução de juros.

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As alterações podem trazer um incremento de 57 mil novas contratações na faixa 3 em todo o país, diz a gestão do programa, mas, no território paraense, esse impacto ainda deve ser lento. A presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Pará e Amapá (Creci-PA/AP), Marlene Assunção, afirma que, embora as mudanças sejam percebidas, o aquecimento no mercado é gradual, não em grandes proporções.

“Pela nossa leitura, do que se escuta de especialista e por nossa vivência, as novas diretrizes irão refletir a realidade de preços do país. O ponto positivo é o incentivo do governo para promover a estabilidade no setor da construção civil, que é um importante gerador de emprego. Tudo isso vai movimentar a economia”, argumenta.

Já o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Pará (Ademi-PA), Albino Vieira, diz que a mudança tem impacto positivo no aumento do número de famílias inseridas no programa habitacional, o que deve impulsionar o mercado. “As medidas incluem mais pessoas no programa e impulsionam o setor imobiliário, que, no passado, já teve o Minha Casa, Minha Vida como o principal programa fomentador desse mercado. Esperamos que, para os próximos anos, tenhamos novamente um substancial aumento nos lançamentos de novos empreendimentos voltados a este público e também nas vendas das unidades”, adianta.

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Segundo Albino, o setor da construção civil no Estado do Pará está preparado para absorver a demanda de novas unidades habitacionais e tem empresas qualificadas e com experiência na realização de empreendimentos do programa. Esse movimento, diz, será capaz de gerar mais empregos e renda, além de recolher impostos e taxas aos cofres públicos, fomentando toda a cadeia e a economia ao redor. A reportagem ainda procurou o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-PA), mas a entidade não conseguiu atender à solicitação.

Procura

Na opinião do corretor Edmilson Moraes, o cenário ainda está muito relativo, mas ele diz que o crescimento só vai ocorrer se houver investimento no projeto. “O Minha Casa, Minha Vida tinha dado uma parada. Podia usar o FGTS, mas a maioria das pessoas que compram são funcionários públicos, não têm FGTS. O que acontece é que metade da carteira de clientes que compravam MCMV esbarravam em uma situação: negociação para usar o FGTS, mas com limitação. Como eram casas populares, não se deixava usar todo, mas como complemento ou quitação. E com o novo sistema de FGTS que pode utilizar, as construtoras que faziam parceria com a Caixa Econômica deram uma quebrada”, alerta.

Para o trabalhador da área, a mudança ainda não está sendo positiva em termos de procura. Edmilson acha que o mercado ainda está em um processo de melhoria. Com ele, por exemplo, os clientes ainda estão buscando mais compras à vista do que financiadas, mesmo sendo imóveis de melhor valor. “A procura ainda não está tão grande porque há uma exigência de mais negociação. Vai ter uma repercussão mais à frente devido a esse crescimento de casas populares no projeto MCMV. As construtoras têm medo de investir e não ter tanta procura, então a expectativa de crescimento vai depender das condições”.

Quem pode ter acesso ao MCMV Urbana e Rural?

  • Habitação urbana: famílias com renda mensal bruta até R$ 2.640
  • Habitação rural: famílias com renda anual bruta até R$ 31.680

Como contratar?

  • Inscrição: O candidato deve procurar o ente público ou a entidade organizadora de sua localidade para obter informações sobre o programa e realizar a inscrição no Cadastro Habitacional. As entidades organizadoras são habilitadas pelo Ministério das Cidades. A atualização das informações no Cadastro Único é condição obrigatória para participação no Minha Casa, Minha Vida.
  • Validação pela Caixa: Havendo imóveis disponíveis na localidade, a prefeitura ou o governo envia a lista dos candidatos para a Caixa, que verifica se os candidatos estão de acordo com as regras do programa e o resultado da análise é encaminhado para o ente público ou entidade organizadora, que divulga a lista dos candidatos selecionados.
  • Apresentação da documentação: O ente público ou a entidade organizadora, conforme o caso, convoca os candidatos selecionados para apresentação da documentação necessária e informa sobre demais detalhes necessários para assinatura do contrato.
  • Fonte: Caixa Econômica
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