Quanto vale um pet para quem não vive sem um cachorro ou gato?
Adoção e compra fazem parte do dia a dia do mundo pet, que não para de crescer. Algumas raças podem chegar a R$ 20 mil
Belém costuma sediar feiras de adoção de cães e gatos e também está inserida no grande mercado globalizado dos pets, cujos preços variam até na faixa de R$ 20 mil por um animal. Como as possibilidades de se obter um pet são tantas, que ter um animal de estimação acaba se tornando um desafio para os interessados. Isso porque essa iniciativa não abrange apenas despesas, mas, sim, traduz-se em uma questão de afeto e atenção bem antes da chegada do cãozinho ou gatinho ao lar.. E foi assim que a arquiteta Danielle Costa, 27 anos, adquiriu seu cachorro de estimação em 2022. É o Bartholomeu, carinhosamente chamado de Barthô, um exemplar da raça Bernese Mountain Dog ou Boiadeiro de Berna. Barthô tem oito meses de idade e é considerado um cachorro de raça de origem suíça.
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“Eu comprei o cachorro; tive contato pela primeira vez na internet há alguns anos, e, desde então, sou fascinada pela raça, mas só ficava nutrindo a vontade de ter um algum dia; após o falecimento do meu pai ano passado, achei que era o momento certo para realizar esse sonho; fui em busca de vários canis da raça e optei pelo que eu já acompanhava há vários anos, que fica no Sul do País”, relata Danielle
Ela conta que preferiu esse canil, por ser especializado na raça e prezar as linhagens e segurança genética, evitando problemas futuros de saúde que os cães podem desenvolver ao longo da vida, como diz. “Por ser um Canil reconhecido pela criação de Berneses no Brasil e no exterior, além de estar consolidado no mercado, senti confiança em adquirir o filhote mesmo estando do outro lado no País; a aquisição foi bem tranquila, sempre me mantiveram informada desde o nascimento até a chegada dele aqui; sempre mandavam fotos, vídeos e o entregaram com dois meses, as primeiras doses das vacinas em dia, e após a entrega, estavam sempre a disposição para tirar dúvidas sobre o filhote”.
Danielle passeia com Barthô todos os dias, em horários com a temperatura mais amena. Barthô recebe alimentação natural, com acompanhamento de nutricionista, “o que melhorou bastante a imunidade, saúde gastrointestinal e bucal dele”. Dani evita lugares muito escorregadios, já que a raça tem propensão a desenvolver displasia de quadril, entre outras providências. “Ele faz a alegria da casa”, destaca a tutora de Barthô, com 70 centímetros de altura, quase um metro de comprimento e pesando 40 quilos.
Adotado no coração
Bob Nelson tem dois anos e é um SRF (Sem Raça Definida). Esse animalzinho foi adotado e conta com a atenção de dois tutores: a jornalista Raiana Coelho e o advogado Ramonn Chaves. “Sempre tive muito amor por bichos e ter um cachorro no meu lar sempre esteve nos meus planos; antes mesmo do meu cachorro chegar em nossas vidas, eu já tinha duas coisas definidas: que ele se chamaria Bob Nelson e que seria adotado; defendo a adoção, pois tem tantos animais nas ruas e em abrigos esperando para ter um lar; comprar realmente não seria uma opção para mim, mas eu não condeno quem compra; qualquer tipo de amor por animais é válido pra mim”, assinala Raiana.
Ela diz que se trata apenas de uma questão pessoal mesmo, porque entende a adoção pet como uma forma de ajudar os cuidadores de animais desabrigados. “São pessoas que, na maioria das vezes, só têm a força de vontade em ajudar os bichinhos, por isso sinto que é dever de cada um ajudar de alguma forma esse trabalho tão sensível que eles fazem”, acrescenta.
“Então, um certo dia, passeando pelo Instagram, vi o anúncio de adoção de um filhote na página do Au Family; foi amor à primeira vista; naquele momento eu sabia que tinha encontrado o meu Bob Nelson; entrei em contato com o pessoal do abrigo que, on-line mesmo, fez uma entrevista comigo para saber quais as minhas condições em ter um animal na minha casa; eles também me deixaram ciente de tudo o que ter um animal no lar acarreta, foram muito sérios e responsáveis em garantir que o filhote estaria sendo adotado por pessoas também responsáveis”, conta Raiana. “Nós combinamos o dia que eu e meu marido poderíamos buscá-lo e assim fizemos”, acrescenta. Isso se deu em 27 de fevereiro de 2021, em meio a pandemia. Os tutores chamam Bob Nelson de “Gigantão”.
Raiana e Ramonn são muito apegados a Bob Nelson, formando “uma família pequena, mas que se entende bem no dia a dia”, após um período de adaptação. “Grandalhão” tem a ração e a creche que frequenta uma vez por semana inseridas no orçamento da família. “Tudo para ele se sentir seguro e feliz com a gente; todo dia é um aprendizado para nós três; esses bichinhos são divinos e ensina coisas lindas pra gente. Eu digo que as nossas vidas se tornaram muito melhores depois da adoção do ‘Gigantão’ “, ressalta Raiana.
Cuidados, acima de tudo
Está tudo certo em se comprar ou adotar um pet. O que importa é a relação que se vai ter com o animal, como destaca a médica veterinária Sinerey Aragão, Para ela, “quando você compra, escolhe a raça e vai adquirir desde filhotinho; ao passo que, quando você adota, na maioria das vezes, será um pet sem raça definida, SRD ou vira lata, podendo ser filhote ou adulto; na verdade, não deveria ter diferença, porque tanto o adotado quanto o comprado devem receber os mesmos cuidados veterinários”.
Sinerey pontua que não se pode perder de vista que se adquire ou recebe uma vida “que vai depender de você 100% até virar estrelinha”. Salienta que muita gente pensa que é só pegar e pronto, mas se esquece que são necessários cuidados básicos de higiene, alimentação, vacinas e outros. “A posse responsável começa com a preparação do ambiente e dos tutores antes mesmo de adotar um novo pet e recebê-lo em casa”, acrescenta.
Sobre o fato de que muita gente optar por adotar a comprar um pet, a veterinária pontua existir um incentivo de “adote ao invés de comprar“ e que isso se deve ao fato do grande número de abandono de animais hoje em dia, resultado da falta da posse responsável por por parte de tutores. “Infelizmente, enquanto o ser humano não entender que os pets não são coisas, esse abandono vai continuar acontecendo”, completa.
Raças populares
Em Belém, como avalia Sinerey Aragão, as raças populares de cães são o Shih Tzu, Spitz e Buldogue Francês, entre raças de pequeno porte. Já os cães maiores, são o Golden, Pitbull e American Bully. “Com relação a valores isso é muito variável, vai depender muito do canil, linhagem, raça e outros, mas podemos ter variações que podem chegar até R$10 mil reais o valor de um filhote”, destaca.
Segundo o médico veterinário Augusto Moraes, presidente do Kennel Clube do Pará (KCEPA), em funcionamento há 36 anos e que reúne 70 criadores no Estado, a média estimada de preços com pedigree CBKC (Confederação Brasileira de Cinofilia) no Pará abrange: Rottweiler - R$ 2.500,00; Pastor Belga Malinois - R$ 2.500,00; Spitz Alemão Anão - R$ 5.000,00; Shih-Tzu - R$ 2.500,00; Golden Retriever - R$ 2.500,00, e Bulldog Francês - R$ 5.000,00.
Bucar orientação é fundamental
Augusto Moraes destaca que a pessoa que quer comprar um cão deve procurar o Kennel Clube do seu Estado, porque, como frisa, lá ela vai ser orientada corretamente a encontrar um criador ético que possa ajudá-la a começar no mundo da Cinofilia (o amor aos cães). “Para comprar um cão, a pessoa tem que saber que vai ter trabalho, despesas e responsabilidades; você vai ter um filho que depende de você para tudo, por mais ou menos dez anos”, ressalta.
Nesse processo, a pessoa tem que ver qual a raça que melhor se adapta ao seu estilo de vida, onde mora, se tem muito espaço para criar cães, qual a sua finalidade na criação, se tem crianças em casa, qual o porte de cão que deseja criar, se prefere pelo curto ou pelo longo e outros aspectos. “Hoje em dia, o cão tem diversas funções na sociedade moderna, como companhia, guarda, proteção, esporte, hobby, negócios, trabalho, assistência emocional, cães de resgate e de terapia”, destaca Augusto. São mais de 300 raças de cães no mundo.
Confira algumas das raças mais populares no Brasil e a média de preços:
Lulu da Pomerânia - De R$ 3.000,00 a R$ 15.000,00
Chihuahua - De R$ 1.000,00 a R$ 9.000,00
Buldogue Francês - De R$ 3.000,00 a R$ 8.000,00
Pug - De R$ 1.200,00 a R$ 7.000,00
Golden Retriever - De R$ 700,00 a R$ 7.000,00
Poodle Toy - De R$ 1.000,00 a R$ 6.000,00
Maltês - De 1.500, 00 a R$ 5.000.00
Shih Tzu - De R$ 500,00 a R$ 4.500,00
Lhasa Apso - De R$ 2.000,00 a R$ 4.000,00
Yorkshire - De R$ 500,00 a R$ 4.000,00
Husky Siberiano - De R$ 2.500,00 a R$ 4.000,00
Dachshund - De R$ 2.000,00 a R$ 3.500,00
Pinscher - De R$ 1.300,00 a mais de R$ 3.000,00
Algumas das raças de cachorros mais caras:
Cavalier King Charles Spaniel - de R$ 10.000,00 a R$ 20.000,00
Bernese - De R$ 7.000,00 a R$ 20.000,00
Cane Corso - De R$ 5.000,00 a R$ 17.000,00
Boston Terrier - De R$ 10.000,00 a R$ 15.000,00
Spitz Alemão - De R$ 5.000,00 a R$ 15.000,00
Pomsky - De R$ 5.000,00 a R$ 15.000,00
Chihuahua - De R$ 2.000,00 a R$ 15.000,00
Papillon - De R$ 6.000,00 a R$ 15.000,00
Pequeno Lebrel Italiano - De R$ 5.500,00 a R$ 13.000,00
Bulldogue Francês - De R$ 4.000,00 a R$ 12.000,00
Raças de gatos populares no Brasil e a média de preços:
Ragdoll - De R$ 4.000,00 a R$ 10.000,00
Persa - De R$ 4.000,00 a R$ 9.000,00
Maine Coon - De R$ 3.000,00 a R$ 9.000,00
Sphynx - De R$ 5.000,00 a R$ 7.000,00
Siamês - De R$ 4.00,00 a R$ 6.000,00
Algumas das raças de gatos mais caras:
Minuet - De R$ 7.000,00 a R$ 15.000,00
Savannah - De R$ 5.000,00 a R$ 11,000,00
Bambino - De R$ 7.000,00 a R$ 10.000,00
Singapura - De R$ 6.500,00 a R$ 10.000,00
Bengal - De R$ 4.500,00 a R$ 10.000,00
Veja a origem de algumas raças
Cachorros:
Lulu da Pomerânia - É o Spitz-alemão-anão. e corresponde à menor variedade dessa raça; nativa da Pomerânia, região que engloba parte da Alemanha e Polônia na Europa Central. é um dos cães bem popular em Belém.
Shih Tzu - Tem como país de origem o Tibete. Esse cão foi criado para servir de companhia às pessoas. Serve, também, para alertá-las quando percebem algo estranho no ambiente. O desenvolvimento da raça interrompeu-se durante a II Guerra Mundial, mas se manteve viva e se desenvolveu.
Yorkshire Terrier - Foi desenvolvido na Inglaterra. Como todo Terrier, ele foi voltado para a caça, como todo Terrier. Esse animal resulta do cruzamento de várias raças com características físicas e comportamentais para se chegar a esse resultado na espécie.
Chihuahua - O nome vem da região de Chihuahua, no México, e significa extremamente delicado, afetuoso e possessivo. Não se tem uma origem confirmada para o Chihuahua, mas se acredita que descende de uma antiga raça de cães adorada pelos astecas e toltecas onde hoje é o estado de Chihuahua, no México.
Poodle - De acordo com a Federação Cinológica Internacional, essa raça é originária da França. Porém, ela já era há muito criada em países da Europa Central, como a Alemanha. Poodle era, originalmente, utilizado como cão de caça a aves.
Gatos:
Maine Coon - Originária do nordeste dos Estados Unidos, essa é considerada a raça de pelo mais antiga e a maior de todas as raças de gato do mundo. É a raça oficial no estado norte-americano do Maine, onde era famoso pela sua capacidade de caçar ratos e tolerar climas rigorosos.
Siamês - A origem está relacionada a uma mutação há mais de 500 anos na Ásia, no antigo Sião, atual Tailândia. No final do Século XIX, os siameses ficaram conhecidos no Ocidente, tendo sido, então, adaptados como símbolo de poder.
Persa - Originários da Pérsia (atual Irã) e na Turquia. O explorador italiano Pietro della Valle trouxe, no Século XVII, os primeiros exemplares para a Itália. Lá, os animais foram cruzados com outra, no caso uma inglesa, os Angorás.
Ragdoll - Raça teve origem em 1960, em Riverside, cidade norte-americana. A criadora da raça, Ann Baker, obteve os primeiros exemplares de uma cruza de sua gata Josephine, uma Angorá, com um macho Sagrado da Birmânia.
Sphynx - Raça é proveniente da mutação natural de um gene. Em 1966, uma gata da Cidade de Ontário deu à luz um gato sem pelos, e, depois, outros gatos surgiram com essa mesma mutação. O nome se refere à similaridade de raça com as esfinges do Egito.
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