Abrigo 'Amigão' luta para manter centenas de animais abandonados nas ruas de Barcarena

De acordo com a Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa) da Polícia Civil, no Pará existem 30 mil animais de rua, sendo a grande maioria cães e gatos. O número, que pode ser bem maior na realidade, reflete um comportamento cruel de muitos donos de pets: o abandono animal.

Em Barcarena não há um número oficial, mas basta sair às ruas para vê-los. Cães e gatos perambulam e se multiplicam nos mais diversos bairros, muitas vezes adquirindo doenças e transmitindo-as de forma rápida. O que começou com pessoas que abandonaram seus animais como algo descartável, se tornou um problema complexo.

No município não há abrigos públicos para cuidar dos animais; eles chegam ao abrigo em péssimas condições de saúde (Divulgação/ Abrigo Amigão)

No município não há abrigos públicos para recolher parte destes animais de rua e todo serviço acaba dependendo de iniciativas voluntárias ou privadas, como a do abrigo ‘Amigão’. Criado em 2020 por Marcione Vanzeler, o abrigo depende de doações e muitas das despesas são custeadas pela própria presidente. Segunda ela, tudo começou na tentativa de estimular mais iniciativas para resolver o problema dos animais abandonados na cidade.

“Eu moro em Abaetetuba, mas sempre trabalhei em Barcarena. Tudo começou após ver muitos animais abandonados em Barcarena, e com o passar do tempo parecia crescer. Muitos animais abandonados, atropelados, debilitados e não tinha nada para abrigá-los. Foi então que cedi um espaço para fazer esse abrigo. Hoje conseguimos nos mudar para um lugar maior, mas é muito sacrifício”, diz Marcione.

De acordo com a presidente, o abrigo atualmente possui quase vinte animais, mas já resgatou mais de 100 das ruas ao longo de sua história. O local também recebe animais resgatados pela Secretária de de Meio Ambiente de Barcarena. Pode parecer pouco, mas Marcione e sua equipe gastam em média R$15 mil por mês para manter o espaço. A conta não fecha se levarmos em conta as doações.

Animais são resgatados diariamente pelas ruas de Barcarena (Divulgação/ Abrigo Amigão)

“Recebemos entre R$ 200 a R$ 500 em doações por mês. Recentemente a prefeitura da cidade deu uma força, doando materiais de limpeza e insumos alimentares. Mas a conta não fecha, se não colocarmos do nosso bolso, acaba não acontecendo. É alimentação, medicamentos, materiais de limpeza, tudo diariamente”, diz Marcione, voltando a destacar que criou o abrigo para impulsionar a gestão municipal a fazer o mesmo.

Adoção no Brasil

• O brasil tem mais de 170 mil animais em abrigos, a grande maioria são os cães. A procura pela adoção aumentou 50% em 2020, impulsionada pela pandemia, que gerou em muita gente a necessidade de ter uma companhia para enfrentar o isolamento.
• A adoção responsável inclui pensar na expectativa de vida desses animais, que para cães é em média 15 anos ou mais e para gatos 16 anos, podendo chegar até aos 20. Pensar na longevidade dos animais, envolve investimento de tempo, emocional e financeiro. É indispensável o comprometimento com a castração, cuidados de saúde, alimentação e lazer. Após verificar todas esses fatores, é possível se candidatar a ser um tutor ou tutora de pets, em um dos abrigos disponóveis.
• ParáPet (Castramóvel): A Fundação ParáPaz disponibiliza às famílias em vulnerabilidade social o castramóvel, com 3 mil cirurgias de castração todos os meses em todo o Pará. Para solicitar, é só acessar as redes sociais da Fundação.

Saiba como ajudar

Para ajudar o abrigo Amigão ou realizar uma adoção, é possível fazer contato pelo Instagram @amigao_centro_protecao_animal