Páscoa mais saudável: é possível aproveitar doces da época sem açúcar
Nutricionista orienta estratégias para consumir menos açúcar, sem cortar totalmente os doces

Com a proximidade da Páscoa, os doces começam a ser mais frequentes no dia a dia. Entretanto, seja por restrição alimentar ou preferência, muitas pessoas buscam alternativas para evitar o excesso de açúcar. Ovos de Páscoa sem açúcar, glúten e lactose são opções mais saudáveis que atraem consumidores atentos à saúde nesta época do ano.
É o caso da dentista Vitória Maciel, 23, que já opta por doces sem açúcar no dia a dia por uma questão de preferência. "Eu não tenho restrição alimentar, mas é mais saudável do que comer muito açúcar", pondera.
Ela conta que ama doces, mas reconhece os efeitos negativos do açúcar no organismo e, por isso, procura opções mais saudáveis para não deixar de comer o que gosta. "Na Páscoa, então, a gente sempre quer um ovo, um chocolate... Eu também prefiro as opções com mais cacau, porque são mais saudáveis", comenta.
Doce adaptado
Em Belém, uma doceria se destaca por oferecer exclusivamente doces saudáveis - sem açúcar, glúten, lactose e xilitol (um tipo de adoçante), e tem como objetivo proporcionar a inclusão de pessoas alérgicas ou que seguem alguma dieta com restrição. A proposta se traduz no nome: Doce do Bem. Na Páscoa, o local também leva a inclusão para os ovos recheados:
"Nós produzimos ovos de Páscoa 100% sem glúten, lactose e açúcar, já visando diabéticos e, obviamente, pessoas que escolhem se alimentar mais saudável. Temos também opções veganas, sem leite... Pensamos muito na inclusão alimentar, num público mais alérgico, ou que não tem opções saudáveis no mercado que possam atender essa demanda", explica a empresária e também nutricionista Letícia Resque.
Letícia enfatiza que a ideia é fazer com que pessoas com alergias, restrições, intolerâncias, ou mesmo aquelas que decidiram tirar o açúcar da dieta por preferência ou objetivos estéticos, consigam desfrutar do período da Páscoa, mas também matar a vontade de comer doce ao longo de todo o ano, sem prejuízos. Ela detalha como as receitas conseguem deixar o açúcar de lado:
"Nós buscamos inovar com os sabores, como o ovo de pistache, que é uma tendência a nível mundial. Nós substituímos o açúcar por adoçante de origem natural, à base de stevia, taumatina e também fibra de tapioca isolada, que é uma nova forma de adoçar. Nós não utilizamos xilitol nem eritritol. A gente usa adoçantes sem polióis, porque esses adoçantes não causam nenhum tipo de distensão abdominal nem são irritativos da microbiota intestinal", explica a proprietária.
Apesar de as receitas serem adaptadas para se enquadrar nesse perfil alimentar, Letícia garante que o gosto e a aparência são preservados: os doces precisam ser gostosos e ter cara de doce. "A gente procura sempre fazer com que os produtos se pareçam o máximo possível com o tradicional. Quando a gente tira o açúcar, a gente traz esses adoçantes para adoçar e fica muito parecido com o sabor de um ovo tradicional", ela pontua.
Nutricionista dá dicas de como ter uma Páscoa doce e saudável
O nutricionista Leandro Leal garante que é possível manter o ovo de Páscoa, e outras opções de chocolate, na dieta de maneira menos impactante para a saúde. A primeira alternativa para quem não tem problema em comer açúcar é buscar opções em que esse ingrediente esteja em menor quantidade.
"Existem várias opções de chocolate, hoje em dia, no mercado. O chocolate, em si, é um alimento saudável. O grande problema é a forma como a gente faz esse consumo. As opções de chocolate com maior concentração de cacau - acima de 50% - são as mais saudáveis, porque contém menos leite, açúcar e gordura na composição", explica o nutricionista.
Os chocolates ao leite e muito recheados são as versões mais calóricas e podem prejudicar a saúde, a longo prazo, detalha Leandro: "realmente tem uma ação prejudicial quando consumidos em excesso, porque pode sobrecarregar o quantitativo de calorias diárias, sem falar da gordura saturada, que faz parte dessas preparações".
Já para pessoas em condições específicas, como intolerantes à lactose, diabéticos, ou alérgicos, Leandro orienta o consumo de doces específicos: "As substâncias como glúten e lactose devem ser evitadas por quem tem intolerância, mas hoje em dia existem opções de chocolate no mercado sem esses componentes. Além disso, existe a opção do doce sem açúcar, para aquelas que optam por diminuir a concentração desse ingrediente".
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