Caminhada pela conscientização do autismo reúne dezenas de pessoas neste domingo, em Belém
A programação começou por volta das 10 horas no entorno da praça Batista Campos, mobilizando familiares e pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Em alusão ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado na quarta-feira (2), dezenas de pessoas participaram de uma caminhada no entorno da praça Batista Campos, na manhã deste domingo (6). A programação começou por volta das 10 horas, mobilizando familiares e pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Além da caminhada, ações gratuitas de saúde, assistência social e cidadania para a população também são realizadas no local.
A mobilização contou com a presença do prefeito de Belém, Igor Normando, além de institutos e organizações não governamentais (ONGs) ligadas à causa TEA. A ação é organizada pela Secretaria Municipal de Inclusão e Acessibilidade (Semiac), em parceria com a Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo, além de outras entidades civis que lutam pela pela conscientização do autismo na capital.
O prefeito Igor falou sobre a ação. “É fundamental porque uma sociedade inclusiva é uma sociedade que representa a todos. Hoje a gente tem a Secretaria Municipal de Inclusão e Acessibilidade (Semiac), a única no Brasil, com várias políticas já apresentadas. E é fundamental que a gente possa criar política pública na saúde, na educação, de forma transversal, para que a gente represente o maior número de pessoas, porque esse é o nosso papel - representar a sociedade”, disse. “E, hoje a gente está dando um show de inclusão, está dando um show em política pública, e tenho certeza que nós vamos ser a capital mais inclusiva do país no fim da nossa gestão”, afirmou.
Titular da Semiac, Nay Barbalho destacou a união de vários órgãos e entidades na realização do ato na praça Batista Campos. “Nós não fazemos nada sozinhos”, disse. “É importante que a gente mostre que existe uma demanda imensa, uma demanda reprimida. Nos últimos anos, o governo do Estado foi o governo que mais abriu vagas para o atendimento de pessoas com autismo no Brasil. E o prefeito Igor abriu as portas da prefeitura para a inclusão. Vamos também trazer essa política pública para o município de Belém”, destacou.
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Autismo é condição da primeira infância, diz Flávia Marçal
Superintendente da Primeira Infância da Prefeitura de Belém, Flávia Marçal destacou que a programação deste domingo é um ato de conscientização. “E que a gente mostra com uma grande caminhada como essa. A importância de falar sobre o tema do autismo, mas também falar da inclusão, sempre pensando nas necessidades, habilidades e potencialidades das pessoas com autismo”, disse. “Mas também tendo um cuidado com o cuidador - ou seja, entendendo que quando nasce uma criança com autismo nasce uma família atípica e essa família toda precisa ser acolhida”, disse.
Flávia disse que é preciso quebrar um “tabu importantíssimo”, que é entender que o autismo é uma condição da primeira infância e deve ser diagnosticado até os três anos de idade. “Um dos maiores desafios que nós temos na elaboração de políticas públicas ainda é compreender porque que se demora tanto a gente ter o diagnóstico. Esse diagnóstico ele possibilita não só o processo de intervenção precoce, mas especialmente que a família consiga compreender sobre essa questão do autismo, que a escola consiga compreender e, consequentemente, a gente passe a ter um maior acolhimento e uma maior inclusão. Autismo ele é uma condição da neurodiversidade, ele é uma condição que pode, dependendo do nível, trazer dificuldades no desenvolvimento dessa pessoa com autismo, mas é importante que a gente consiga com esse trabalho trazer esse acolhimento e, acima de tudo, pensar em autonomia e qualidade de vida”, afirmou.
"Menos preconceito e mais inclusão", diz dona de casa Monaliza Silva
Jurandir Baena, autônomo, 47 anos, disse que o ato é importante para conscientizar as pessoas, despertando mais compreensão na sociedade. “Cada autista tem a sua particularidade. Cada criança tem a sua característica”, disse ele, pai de um filho, Carlos Henrique, de 11 anos, com TEA. “Ele é uma criança maravilhosa”, afirmou. “É desafiador, mas ele está avançando”, observou Jurandir, acompanhado da esposa Maria. Ela tem uma página no Instagram que trata do assunto: https://www.instagram.com/autismo.maeestimulosdiarios/
A dona de casa Monaliza Silva, 34 anos, também participou da caminhada com sua família. “Por menos preconceito e mais inclusão. Infelizmente, nossas crianças que têm TEA sofrem muito preconceito e não têm muita inclusão”, disse. “Estamos correndo atrás dos benefícios e dos direitos que nossos filhos têm”, afirmou. Ela é mãe do Flávio, de 9 anos, que é autista. Durante a programação, também houve a distribuição de cards informativos sobre o protocolo de rastreio do risco para o autismo e desenvolvimento infantil, realizado pela Superintendência da Primeira Infância de Belém. Serviços do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e informações sobre o programa Família Acolhedora, realizado pela Fundação Papa João XXIII (Funpapa), também foram destinados aos participantes da ação.
Um ponto de vacinação para Influenza, Hepatite B, Difteria e Tétano (dT), Tríplice Viral, Febre Amarela, HPV e Meningo ACWY foi montado na ação. E ainda, serviços de saúde, como aferição de pressão arterial, glicemia, consultas médicas, além de testes relacionados às infecções sexualmente transmissíveis (IST). E ainda, atendimentos jurídicos gratuitos, com reconhecimento voluntário de paternidade e emissão de documentos, como RG, CPF e certidões foram realizados pela Defensoria Pública do Estado (DPE).
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