Outeiro: moradores interditam ponte e cobram melhorias no transporte público
A manifestação teve início por volta das 18h e se encerrou às 22h
Moradores da ilha de Outeiro, em Belém, interditaram a ponte que dá acesso ao distrito na noite desta terça-feira (6). Eles denunciam a falta de transporte público no local. A retirada de um catamarã que fazia a travessia Outeiro-Icoaraci-Outeiro também fomentou as reivindicações. A manifestação teve início por volta das 18h e se encerrou às 22h. Uma longa fila de veículos se formou e deixou o trânsito engarrafado. Uma mulher que participava da manifestação foi atropelada por um motociclista que furou o bloqueio. Homens da Polícia Militar estiveram no local para garantir a segurança das pessoas.
Uma moradora que não quis se identificar disse à reportagem que o sofrimento da população é diário. “São apenas três ônibus circulando dentro da ilha. Isso é uma humilhação. Tem vezes que passamos mais de 2h à espera de um milagre. Para completar a situação, fizeram a retirada das lanchas que fazem a travessia para Icoaraci, deixando somente a que faz viagem para Belém, sendo apenas duas viagens por dia. É muito triste a nossa situação”, lamentou a moradora.
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A mulher fala ainda sobre os perigos aos quais os moradores são expostos por causa da falta de transporte. “É lamentável o que passamos todos os dias. Quando a gente chega tarde no trabalho, o patrão não acredita que não tem ônibus. As pessoas se arriscam de madrugada para poder chegar cedo no trabalho ou em qualquer outro lugar. Eu mesma já fui assaltada três vezes saindo de madrugada e nem fui ressarcida pela empresa. Tive que tirar novos documentos e pagar por eles”, acrescentou a mulher.
Com a chegada da Copa do Mundo, o problema se agravou, principalmente, em dias de jogo da Seleção Brasileira. “Ontem (segunda-feira), passamos 2h à espera de um ônibus. Muita gente tentando chegar cedo em suas casas para assistir ao jogo e nenhum ônibus para a população”, denunciou.
Debates sobre melhorias
Durante reunião realizada na manhã da última segunda-feira (5), representantes da Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém e Secretaria de Estado de Transporte debateram sobre possíveis melhorias para o transporte público da ilha de Outeiro. O encontro ocorreu após a retirada do catamarã que fazia a travessia Outeiro-Icoaraci-Outeiro, o que aumentou em 50% a demanda de passageiros nas linhas circulares internas de Outeiro que trafegam pela ponte e, em consequência, na linha Ponte/Maracacuera.
Uma nova reunião foi marcada para esta quarta-feira (7), na sede da Semob, com a participação do coordenador de Obras, Ambire Faria, e com o gerente de contrato, Afonso Picanço. A previsão é concluir a primeira etapa no final do ano, e a liberação total do tráfego na ponte, em março de 2023.
O que dizem a Semob e a Setran sobre o caso?
Por nota, a Secretaria de Estado de transportes (Setran) comunicou que "...a finalização do serviço de manutenção do flutuante está prevista para esta semana. A Setran informa ainda que a obra na ponte ocorre conforme cronograma. Os operários trabalham na instalação dos cabos de aço de sustentação da ponte e, ainda na concretagem dos 5 metros finais do mastro central, que deve atingir 50 metros de altura".
A Setran explicou que "...a linha do Catamarã não foi retirada e destaca que ela vai continuar atendendo a população até a liberação total da ponte. Sobre o serviço de manutenção do flutuante, a previsão é que as obras sejam concluídas até o final da semana. Em relação à oferta de transporte público fluvial entre Outeiro e Icoaraci, a Secretaria esclarece que a responsabilidade é do poder público municipal".
Também por nota, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) informou que "...no momento do protesto havia onibus circular para a travessa na ponte. O problema é que os manifestantes queriam quenam que onibus que faz a linha Ponte/Maracacyera atravessasse. Mais informações sobre a retirada do catamarã, pelo Estado, sem aviso prévio e impactou no transporte na ponte, aumentando a demanda em mais de 50%".
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