Veja valores e dicas de belenenses que se preparam para alugar a própria casa na COP 30
Sobe de 700 para 4.400 os leitos cadastrados em Belém, diz Sebrae Pará

O ano de 2025 vai tornar Belém um local badalado pelo mundo inteiro por causa da COP 30, a principal Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente, marcada para novembro. Cerca de 50 mil estrangeiros vão vir para o evento global. E, não é difícil encontrar belenenses se preparando para ter ganhos econômicos com a locação da própria casa, por curta temporada.
A microempresária Luísa Barbosa, no bairro do Marco, e o médico Tellyson Furtado, também, no bairro do Marco, estão afiados nos preparativos. “A partir do momento que eu decidi aproveitar essa oportunidade, eu fui buscar informações, sou leiga neste assunto e queria ter segurança”, disse Luísa sobre se tornar uma anfitriã.
Ela é a proprietária de um salão de beleza no térreo da casa própria na avenida Romulo Maiorana. Luísa mora nos altos do salão e quer alugar este andar inteiro. Para isso, ela fez quatro cursos no Sebrae Pará, em Belém.
“Gestão, acomodação, precificação, como receber um locatário, me deram um conhecimento maravilhoso, e, aparentemente, estou preparada (para alugar o imóvel)”, disse sorrindo.
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Locatários de primeira viagem
Tellyson Furtado, por sua vez, não fez cursos, até então, mas está atento às informações em noticiários na TV, Internet e colegas, que, segundo ele, também, têm a intenção de alugar imóveis para a COP 30.
Ele mora com a mãe, em Belém, mas comprou uma casa para ele, e é esse imóvel que quer locar. "A casa que compramos, eu e minha namorada, para ampliar e morar no futuro, fica a cerca de 500 metros do Hangar”, contou o doutor, disposto a fazer um contrato físico através de imobiliárias.
Por sua vez, Luísa disse que vai anunciar pela plataforma Airbnb. “Foi justamente para isso o curso no Sebrae, porque a gente tem mais segurança na plataforma. Quando a gente está na plataforma, temos dois tipos de seguro. Um para coisas pequenas, um dano na televisão, por exemplo, e outro até para o imóvel, na pior hipótese, pegar fogo”, disse ela sobre o amparo legal pela citada plataforma, em caso de prejuízos por terceiros.
Valor da diária
Tellyson observa que “existe muita especulação em relação a valores, e no momento ainda nada de concreto, mas se fala entre diárias por leito, de 400 dólares (cerca de 2.272 reais) a 500 dólares (R$ 2.826)”, disse ele.
Luísa ainda vai definir o valor da diária, e pela experiência dos cursos no Sebrae, disse que é preciso fazer o cálculo a partir das despesas para se manter o imóvel, o que inclui IPTU, energia elétrica, condomínio, internet, água, diarista, entre outros itens.
Ainda em razão do curso no Sebrae, Luísa disse que o anfitrião deve se lembrar que no valor recebido pela diária será deduzida a taxa de serviço da plataforma na qual o imóvel estiver sendo anunciado ou da corretora de imóveis.
“A gente coloca várias coisas para fazer a precificação. Então, a minha diária está em torno de 1.200 reais, por leito. Estou indo com calma para não pedir muito nem pouco”, afirmou Luísa.
No universo da hospedagem, cada leito representa um espaço onde os hóspedes podem descansar e se hospedar.
O que diz o Sebrae Pará
O diretor superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno, explica que o anfitrião tem liberdade para definir o valor a ser cobrado pela diária, mas deve-se chegar “a um preço justo e competitivo”, ressalta.
"O Sebrae no Pará está promovendo diversas capacitações, por iniciativa própria ou em parceria com outras organizações, no intuito de corroborar com as ações promovidas pelos governos federal e estadual para aumentar o número de leitos disponíveis para a Conferência”, afirmou Magno.
Uma dessas iniciativas, disse ele, é a parceria fechada, em agosto do ano passado, com o Airbnb. “Nessas capacitações, ensinamos todo o passo a passo de como cadastrar o imóvel na plataforma, preparar o imóvel para receber o visitante e calcular o valor da diária”.
Sobre a necessidade de formalizar algum contrato físico ou não, Rubens Magno é claro. “Depende da modalidade de locação. Se o aluguel for fechado por meio de uma plataforma digital, não é necessário formalizar contrato físico, uma vez que são estabelecidos termos e condições que regem a relação entre as partes envolvidas, e esses termos têm valor legal. Caso a locação ocorra por meio de imobiliárias, é necessário formalizar contrato físico para proteger os direitos e deveres tanto do anfitrião quanto do hóspede”.
“Nossa orientação é a de que o proprietário faça um bom contrato de locação, sob orientação de um advogado, incluindo cláusulas de danos à propriedade, para que ambas as partes fiquem respaldadas, se possível, fazer um seguro da propriedade para aumentar a segurança jurídica. Em caso de locação intermediada por alguma plataforma especializada, não é necessário fazer contrato e o valor das diárias cai alguns dias antes da entrada do visitante”.
O Sebrae Pará informou que entre os meses de agosto a dezembro de 2024, capacitou 2.457 empreendedores. “Antes da parceria ser lançada, em 2024, o Pará tinha 700 leitos na plataforma, agora são cerca de 4.400 leitos cadastrados”, disse Rubens Magno.
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