ADOUPA promove evento em Belém para reconhecimento e fortalecimento das doulas
Encontro em março busca sensibilizar a sociedade sobre a importância da profissão e sua regulamentação, além de fortalecer a atuação das doulas no estado

Entre os dias 28 e 30 de março, a Associação de Doulas do Pará (ADOUPA) realiza o evento "Doular é Trabalho, Reconhecer é Direito" em Belém. Com o objetivo de fortalecer a categoria e promover a regulamentação da profissão, o evento contará com debates, formações e um ato público para dar visibilidade à luta das doulas. Doula é uma profissional que dá apoio físico, emocional e informativo a gestantes, parturientes e puérperas. A palavra "doula" vem do grego e significa "mulher que serve".
Doulas ganham espaço e apoio na luta por seus direitos
A presença das doulas no Brasil, embora crescente, ainda enfrenta desafios no reconhecimento da profissão. Pensando nisso, a Associação de Doulas do Pará (ADOUPA) organiza o evento "Doular é Trabalho, Reconhecer é Direito", que visa fortalecer a categoria e sensibilizar a sociedade e os profissionais de saúde sobre a importância desse trabalho.
Com uma programação que inclui debates, oficinas e um ato público, o evento se destaca pela abordagem prática e política que oferece às participantes. A programação começa no dia 28 de março com uma discussão sobre o Projeto de Lei 3946/2021, que busca regulamentar a profissão de doula no país. Morgana Eneile, presidenta da Federação Nacional de Doulas do Brasil (FENADOULASBR), estará presente para debater o PL e os avanços necessários para a categoria.
Desafios enfrentados pelas doulas no mercado de trabalho
Para Marluce Araújo, presidenta da ADOUPA, a regulamentação da profissão é fundamental para garantir direitos básicos e melhorar as condições de trabalho das doulas. Em entrevista, Marluce destacou os obstáculos que as profissionais ainda enfrentam, como o acesso às maternidades. Apesar de Belém ter uma lei municipal que assegura a entrada das doulas nas unidades de saúde, relatos diários apontam que elas continuam sendo barradas na porta dos hospitais.
“Mesmo com a legislação, ainda enfrentamos resistência dentro das instituições de saúde. A luta pela regulamentação da profissão é uma forma de garantir que todas as gestantes tenham acesso ao suporte de uma doula, que é essencial para um parto mais humanizado”, afirmou Marluce.
A formação como ferramenta de resistência e empoderamento
No dia 29 de março, as doulas participarão de uma oficina de formação sobre políticas do cuidado. Para Marluce, as formações são um caminho fundamental para o fortalecimento da profissão. "Doular é um ato político e de resistência. Nossas formadoras e nossas parteiras sempre mostraram que a organização e o engajamento são essenciais para garantir a dignidade e os direitos das mulheres", explicou.
Ela também apontou a importância da Política Nacional de Cuidado, que já está sendo discutida em Belém e tem o apoio da ADOUPA. O objetivo é que, com a regulamentação da profissão, as doulas possam acessar o Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo que todas as gestantes possam contar com o apoio profissional durante o parto.
Ato público na Praça da República reforça a luta por reconhecimento
O evento será encerrado no dia 30 de março com um ato público na Praça da República, em Belém, com concentração em frente ao Teatro da Paz. A manifestação visa dar visibilidade à luta das doulas e sensibilizar a população sobre a importância do reconhecimento da profissão.
"A principal mensagem que queremos passar à sociedade é que 'Doular é trabalho, reconhecer é direito'. A presença das doulas nas equipes multidisciplinares não se resume ao alívio da dor, mas envolve acolhimento, informação e suporte emocional, sem substituir o trabalho de outros profissionais de saúde", explicou Marluce.
O futuro das doulas no Pará e no Brasil
A presidenta da ADOUPA também destacou que a regulamentação da profissão traria segurança e dignidade para as doulas, possibilitando a elas uma atuação mais estruturada e reconhecida. “Queremos que, no futuro, as doulas possam exercer sua profissão com respeito, apoio institucional e reconhecimento formal da sociedade”, afirmou Marluce.
A expectativa é que o evento contribua não apenas para o fortalecimento da categoria no Pará, mas também para o avanço na luta por um Brasil mais justo e igualitário para as profissionais do cuidado.
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