Zelensky acusa Lula de priorizar 'aliança com um agressor', em referência à relação com Putin
Não entendo, não entendo”, afirmou Zelensky em entrevista a jornalistas latino-americanos em Kiev.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou nesta quinta-feira (30) sua incompreensão em relação ao posicionamento do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a guerra contra a Rússia. “Não entendo, não entendo”, afirmou Zelensky em entrevista a jornalistas latino-americanos em Kiev.
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“Diga: ‘Por acaso, presidente Lula, não quer ter essa aliança? O Brasil está mais alinhado com a Rússia do que com a Ucrânia? A Rússia nos atacou. O Brasil deve estar do nosso lado e dar um ultimato ao agressor, em nome do resto do mundo. Uma amizade com alguém que tem uma ideologia e uma visão fascistas não pode trazer benefícios’”, completou o presidente ucraniano, referindo-se ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.
O governo de Zelensky vê o Brasil como um importante articulador nas negociações devido à proximidade diplomática com a Rússia. O chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, afirmou em outro encontro com jornalistas, na segunda-feira (27.mai), que “o Brasil tem um importante papel global, com extensas relações com a Rússia, e deve usar sua boa relação com Moscou para ajudar a acabar com a guerra”.
Nos dias 15 e 16 de junho, o presidente ucraniano participará da Cúpula da Paz, em Lucerna, na Suíça, para discutir uma proposta de paz unilateral que ajude a acabar com a guerra entre Rússia e Ucrânia. De acordo com fontes diplomáticas, Lula nunca considerou participar.
Segundo Kuleba, 80 países já confirmaram presença na cúpula. Zelensky mencionou que os presidentes argentino, Javier Milei, e chileno, Gabriel Boric, estão entre os participantes confirmados.
Por outro lado, Brasil e China formalizaram uma proposta para uma reunião com participação igualitária entre Rússia e Ucrânia. Sobre a proposta, Zelensky questionou: “Por quê, se somos nós os atacados? (…) Por que o Brasil e a China pensam primeiro nos russos e depois em nós? Como podem dar vantagem aos países que atentam contra outros e priorizar essa aliança com o verdadeiro agressor?”.
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