Vereadores de Belém discutem pedido de aumento na tarifa: ‘Há ônibus que não merecia nem um real’
Apesar das críticas à qualidade dos serviços prestados, parlamentares também reconhecem os impactos dos aumentos dos combustíveis no setor
O pedido de aumento na tarifa da passagem de ônibus de Belém, feito pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) à Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (SeMOB), divulgado pelo Grupo Liberal, foi o principal assunto discutido durante a sessão ordinária desta quarta-feira (22), na Câmara Municipal. Mesmo afirmando que não têm competência para legislar sobre o preço das passagens, os vereadores destacaram a necessidade de encontrar soluções para os problemas envolvendo o transporte público.
Um dos que abordaram o assunto, Josias Higino (Patriota) parabenizou o Jornal O Liberal pela informação e ressaltou a necessidade de uma resposta com uma solução definitiva para os vários problemas que atingem o transporte urbano de Belém. Ele citou, como sugestão, maior investimento em transporte fluvial, para atender Icoaraci e Cotijuba. “Mas que possamos olhar para os ônibus que trafegam na nossa cidade. Há ônibus que não merece passagem nem de um real, porque tem barata, janela quebrada, encontram até catita. Um ônibus desse não deveria nem sair da garagem. Os donos das empresas deveriam ter vergonha na cara para colocar um ônibus desse para circular, para carregar o pedreiro, o carpinteiro, o trabalhador, o mestre de obras que sai da sua casa para pegar um transporte digno”, declarou. “Vamos trazer a discussão para esta casa. Vamos fazer uma discussão sadia pelo transporte urbano dessa cidade”, completou.
Igor Andrade (Solidariedade) citou os constantes aumentos nos preços dos combustíveis e o fato do passageiro ter que pagar esse custo. “E hoje eu não vejo uma saída que não seja o subsídio público ao transporte coletivo. Em várias capitais, várias cidades, isso é fato. É a única maneira que nós temos hoje de reduzir a passagem de ônibus, que dói no bolso do trabalhador, e garantir melhoria no transporte coletivo”, sugeriu. “Porque hoje só quem financia o transporte público é o usuário. Sendo que de cada cinco passageiros, um é gratuidade. Ou seja, somente o usuário está tentando pagar pelo transporte público. Há necessidade urgente de uma medida, como subsídio, como acontece em São Paulo e outras capitais”.
O vereador Túlio Neves (PROS), presidente da Comissão de Transportes da Câmara, falou sobre as linhas de ônibus que foram desativadas, complicando ainda mais a locomoção dos moradores de alguns bairros. “Essa situação das empresas alegarem que não têm retorno financeiro para fazer as linhas de ônibus de Belém está gerando um caos para a população da Augusto Montenegro, que não têm como ter acesso ao centro, e também a parte do Guamá e Terra Firme”, ressaltou, citando ainda como exemplo a linha para o Distrito de Mosqueiro, que segundo o vereador não é ofertada por novas empresas porque elas alegam que não há retorno financeiro. O parlamentar conta que também sugeriu à Semob incentivo às empresas que enfrentam problemas financeiros por causa da passagem defasada, como forma de garantir os serviços para a população nessas localidades que enfrentam maiores problemas.
Para Matheus Cavalcante (Cidadania), o assunto requer, tanto do poder público como dos vereadores, maior sensibilidade, considerando a falta de qualidade dos serviços prestados. “Então, o trabalho precisa ser feito com muita responsabilidade, para que a gente garanta a criação de um sistema que consiga garantir o conforto para a população e também uma tarifa justa para os usuários”.
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