Torres deixa a sede da PF após depoimento sobre operações da PRF nas eleições
No dia das eleições, policiais rodoviários realizaram bloqueios e fiscalizações que afetaram a locomoção de eleitores durante a disputa do cargo à presidência da República
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário der Segurança Pública do DF deixou a sede da Polícia Federal após mais de duas horas de depoimento sobre a situação da PRF durante o segundo turno das eleições presidenciais de outubro de 2022.
No dia das eleições, policiais rodoviários realizaram bloqueios e fiscalizações que afetaram a locomoção de eleitores durante a disputa do cargo à presidência da República, entre o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT).
Na ocasião, a suspeita é de que a PRF tenha tentado prejudicar o deslocamento em redutos do candidato petista para interferir no resultado do pleito.
Torres deixou local em um veículo oficial da Polícia Militar do DF pouco antes das 17h. À época, Torres era ministro da Justiça e, portanto, a PRF estava sob sua jurisdição.
Na ocasião, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, proibiu a PF e a PRF de realizarem qualquer operação envolvendo o transporte público disponibilizado a eleitores, seja ele gratuito ou não, sob pena de responsabilização criminal. Mesmo diante da proibição, ônibus foram parados e eleitores atrasados.
Somente após forte operação do TSE, com reuniões entre Moraes e o ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, os veículos foram liberados e os eleitores puderam exercer seu direito ao voto.
Nesta segunda, documentos veiculados na imprensa mostram que Torres esteve na Bahia dois dias antes do segundo turno. Além disso, o Ministério da Justiça, já sob o comando de Lula, divulgou que a PRF ganhou aditivo de R$ 3 milhões especificamente para a realização de blitze para 30 de outubro.
Essa não é a única investigação sobre tentativas de influenciar as eleições cujo ex-ministro Anderson Torres é um dos principais personagens. Foi na casa dele que a Polícia Federal encontrou uma minuta de documento que tinha o objetivo de fechar o Tribunal Superior Eleitoral por — conforme acusa sem provas o texto — influenciar o processo eleitoral. O documento ficou conhecido como minuta do golpe.
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