CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Somente 26% das mulheres do Pará conhecem bem a Lei Maria da Penha

É o que mostra a Pesquisa Nacional de Violência contra a mulher de 2024.

Jéssica Nascimento | Especial O Liberal
fonte

Nesta quarta, 7 de agosto, o Brasil celebra a criação da Lei Maria da Penha, uma das mais importantes do país. Mesmo após 18 anos da conquista, 74% das mulheres do Pará afirmam conhecer pouco ou nada sobre a legislação que foi criada para combater a violência de gênero em território nacional. Os dados são da 10ª edição da Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher, realizada pelo Observatório da Mulher Contra a Violência (OMV) e o Instituto DataSenado, ambos do Senado, publicada neste ano de 2024. 

Conforme a pesquisa, as mulheres das regiões Norte e Nordeste são as que menos conhecem todos os direitos incluídos pela Lei Maria da Penha. O Pará e o Amazonas lideram (74%) o ranking, seguidos por Maranhão (72%), Piauí (72%), Roraima (71%) e Ceará (71%). Quanto às regiões do Brasil, o Norte é onde as mulheres mais afirmaram saberem pouco ou nada sobre a Lei Maria Penha - cerca de 79% das nortistas. 

Segundo Daiane Lima, defensora pública do Pará, a Lei Maria da Penha é conhecida de forma superficial pelas brasileiras, em um nível muito distante do ideal. “Ainda que o nome já apareça no nosso cotidiano, seus instrumentos, a rede de proteção e as definições que foram conquistadas por essa lei são ilustres desconhecidos”, explica.

VEJA MAIS 

image Maria da Penha receberá proteção após ser alvo de ameaças de grupos de ódio
Ativista que dá nome à lei Maria da Penha agora receberá a proteção de agentes de segurança do Estado do Ceará

image Homem é preso por quebrar medida protetiva para fazer 'declaração de amor' a ex
A mulher havia se separado do homem e solicitado medida protetiva contra ele devido o histórico de ameaças e agressões durante o relacionamento

Lima cita como exemplo as medidas protetivas que, de acordo com ela,  têm o objetivo de interromper os ciclos de violências, abusos e agressões sofridas pelas mulheres, mas “que ainda são ilustres desconhecidas". A opinião da defensora pública se confirma pela pesquisa citada no início desta matéria - apenas 13% das mulheres do Norte responderam que sabem ‘muito’ sobre medida protetiva.

Para Daiane Lima, outro aspecto da lei que poucas mulheres conhecem se relaciona à abrangência do conceito de violência que “não é apenas física, a reconhecida por todas, mas inclui a violência psicológica, sexual, patrimonial e moral”. Esse desconhecimento, segundo Lima, amplia a subnotificação e, aliada a outros fatores, mantêm milhões de brasileiras em situação de violência.

A consequência disso, ainda segundo a defensora, é a manutenção dos ciclos de violência, revitimização da mulher e violência institucional. “Até operadores do direito e integrantes do sistema de segurança pública também desconhecem as diretrizes, instrumentos e ferramentas da lei, mesmo após 18 anos de vigência”, ressalta Daiane Lima. 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Política
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM POLÍTICA

MAIS LIDAS EM POLÍTICA