Ricardo Salles planeja encerrar CPI do MST com relatório antecipado
Centrão passou a somar forças com o governo, superando a oposição em maioria
Após manobras governamentais feitas em parceria com o Centrão para minar a eficácia da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o deputado Ricardo Salles (PL-SP), relator da CPI, tem a intenção de adiantar a elaboração do relatório final. O objetivo é apresentá-lo já na próxima terça-feira (15), o que poderia marcar o término precoce dos trabalhos da comissão. A pretensão, no entanto, está condicionada à concordância dos líderes partidários e figuras-chave, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o vice-presidente, Marcos Pereira (Republicanos-SP), que pertencem ao mesmo espectro político.
O encerramento antecipado da CPI do MST está sujeito a influências que poderiam manter a comissão em atividade. Para alcançar tal objetivo, Salles, juntamente com o presidente Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) e a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), busca persuadir líderes partidários e figuras de peso a reverterem as indicações de membros ligados ao governo Lula em suas respectivas siglas.
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O deputado Zucco recorreu ao auxílio do presidente da FPA, Pedro Lupion (PP-PR), para auxiliar na coordenação das negociações.
Tentativa da oposição de adiar as atividades da CPI foi enfraquecida
A estratégia da oposição de adiar as atividades da CPI foi enfraquecida após o governo conquistar maioria. Diante disso, a possibilidade de prolongar a comissão por mais de um mês foi descartada.
Na terça-feira seguinte, um depoimento crucial está agendado, onde o líder do MST, João Pedro Stédile, comparecerá perante a comissão. Ricardo Salles manifestou a intenção de concluir o relatório a tempo para sua apresentação após esse depoimento, o que poderia culminar no encerramento da CPI.
Enquanto a oposição da CPI considera até mesmo a possibilidade de um relatório não ser aprovado pelos membros, ela busca alternativas para elaborar um documento que não minimizará as críticas direcionadas ao MST e a outros movimentos afins.
A sessão realizada nesta quinta-feira (10) ilustra como será o funcionamento da comissão se o Centrão permanecer alinhado ao governo na CPI. Com a perda da maioria, a audiência com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, de quase seis horas, transcorreu sem grandes polêmicas. Os momentos de risos coletivos superaram as controvérsias entre os parlamentares, evidenciando um clima menos tenso. O ministro Teixeira criticou o acordo do Tribunal de Contas da União (TCU) que suspendeu o programa de reforma agrária e afirmou que o governo retomará as demarcações de terra, enfatizando a busca pela pacificação no setor agrário.
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