Prefeitura de Belém não atende reivindicações e Funpapa segue para nono dia de greve
A decisão foi tomada após reunião entre membros do Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social da Funpapa (Sintsuas) e da Prefeitura Municipal de Belém (PMB), realizada na tarde desta segunda-feira (04), no gabinete da prefeitura.
Os servidores da Fundação Papa João XXIII (Funpapa), órgão responsável pela gestão da política de Assistência Social no município de Belém, seguirão em greve. A decisão foi tomada após reunião entre membros do Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social da Funpapa (Sintsuas) e da Prefeitura Municipal de Belém (PMB), realizada na tarde desta segunda-feira (4), no gabinete da prefeitura.
Segundo os servidores, a prefeitura da capital paraense se comprometeu em garantir um fluxo mais ágil para o uso dos materiais que já estão a disposição da Funpapa, mas informou ser impossível atender a todas as reivindicações este ano, principalmente a realização de concurso público e o reajuste de 5% nos salários. Assim, a greve caminha para seu nono dia.
Os servidores foram recebidos pelo assessor de gabinete do prefeito Edmilson Rodrigues (Psol), Aldenor Junior. Também estiveram presentes a titular da Secretaria Municipal de Administração (Semad), Jurandir Novaes, e o presidente da Funpapa, Alfredo Costa. Foram discutidas duas pautas principais para a categoria: as condições de trabalho e o realinhamento da tabela salarial conforme PCCS da categoria, que foi prometido no início do ano, mas que até o momento não foi cumprido, de acordo com o Sintsuas.
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Do lado dos servidores, a greve também serve para mostrar a situação da fundação. O órgão é responsável por desenvolver o conjunto de ações para garantir o acesso da população em situação de vulnerabilidade social, aos serviços, benefícios e programas socioassistenciais, atendimentos distribuídos em casas como o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), além do Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Servidores sobrecarregados e falta de estrutura básica nos centros de atendimento tornam a situação insustentável, segundo os servidores.
“Sem nenhuma resposta efetiva, recusaram nossa proposta e não apresentaram solução alguma. Continuamos a greve. Queremos mais servidores porque julgamos o serviço de extrema importância para grande parte da população paraense. Temos servidores em estado de burnout, exaustos, centros que operam sem estrutura e equipe mínima, sem psicólogo, sem assistente social, muitas vezes até sem água ou papel. Como vamos atender assim?”, diz Cecília Moraes, presidente do Sintituas-Funpapa.
Além disso, os cerca de 600 trabalhadores em greve exigem o cumprimento do plano de cargos de salários e do acordo feito em janeiro que chegou a conferir 5% de reajuste salarial e não foi cumprido, de acordo com o sindicato da categoria. Na última reunião, representantes da prefeitura de Belém rechaçaram a possibilidade de reajuste, justificando com a queda na arrecadação de impostos na capital paraense. Os servidores discordam da justificativa.
"O sindicato mostrou o levantamento feito dos dados que mostram, quanto a PMB recebeu especificamente para a assistência social e que do montantete de R$ 14 milhões, 60% poderia ser usado para garantir o acordo que o governo fez com os trabalhadores e não cumpriu até agora”, diz o sindicato.
A reportagem do Grupo Liberal solicitou mais informações à Prefeitura de Belém sobre as negociações para atender as demandas dos servidores. A prefeitura informou que irá se manifestar através de nota no momento oportuno.
Entenda a Funpapa
A Funpapa é responsável por todas as ações de proteção social no município de Belém, como solicitação de entrada em programas sociais no CadÚnico, benefícios como o Bora Belém ou o Bolsa Família, além de oferecer diversos tipos de serviços à pessoas em condições de vulnerabilidade social, como vítimas de abuso sexual e dependentes químicos. As ações da Funpapa são divididas em três categorias: Básica, Especial de Média Complexidade e Especial de Alta Complexidade.
Básica
- São realizadas ações diretas nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), através do Programa de Proteção Integral à Família (PAIF), e em outras unidades básicas de assistência social. A proposta é prevenir situações de risco social através do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, além do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
Proteção Social Especial de Média Complexidade
- Organiza e oferta serviços e projetos especializados, os quais requerem estruturação técnica operativa, com competências e atribuições definidas pela Política nacional de Assistênca Social (PNAS), destinadas ao atendimento à famílias e indivíduos em situação de violação de direitos, mas que os vínculos familiares estejam ainda preservados.
Proteção Social Especial de Alta Complexidade
- Para situações em que as famílias ou indivíduos se encontrem sem referência e/ou em situação de ameaça ou de rua. A Funpapa disponibiliza proteção integral em espaços de acolhimento institucional onde também são oferecidos alimentação, higienização e cursos de formação para a respectiva inclusão no mundo do trabalho.
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