Políticos paraenses pedem justiça pela morte de Dom Phillips e Bruno Pereira
Dupla foi assassinada enquanto trabalhava na região do Vale do Javari
A confirmação das mortes do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista servidor da Fundação Nacional do Índio Bruno Pereira repercutiu no meio político, com pedidos de justiça e de aprofundamento nas investigações. Para a deputada federal Vivi Reis (Psol), está claro que os dois envolvidos que confessaram o crime fazem parte de um grupo criminoso muito maior. Segundo ela, há muitas perguntas a serem respondidas, e a principal delas é quem mandou matar a dupla que viajava a trabalho pela região do Vale do Javari, no estado do Amazonas. "Nosso luto será transformado, cada vez mais, em luta em defesa da Amazônia e por justiça para cada vida ceifada neste território. Bolsonaro diz que o jornalista Dom Phillips era mal visto na região amazônica por suas denúncias em relação ao garimpo ilegal. Para ele “do bem” são os que destroem, poluem e matam os povos que vivem aqui. Mal visto é o governo que deixa rastro de sujeira e sangue escorrendo no país", disse a parlamentar, via Twitter.
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A deputada estadual Marinor Brito (Psol) lembrou que o Brasil figura em quarto lugar do ranking dos países com mais mortes de defensores ambientais e classificou o fato como uma realidade cruel. Para ela, o meio ambiente e os defensores da Amazônia estão reféns da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL). "[Um governo] que ativamente fomentou a violência, o desmatamento e a impunidade em todos os âmbitos de nosso país. As mãos sujas de sangue não são somente as dos assassinos do indigenista e do jornalista inglês, mas também de Bolsonaro e todos aqueles que compactuam ativamente para a normalização da destruição do nosso meio ambiente", disse ela, que também agradeceu ao esforço dos indígenas que participaram das buscas na floresta.
"Meu profundo pesar e minha solidariedade a Beatriz Matos, Alessandra Sampaio e demais familiares de Bruno Araújo e Dom Phillips, vítimas do crime organizado que eles tanto combatiam, devotados pelo amor à Amazônia e aos povos indígenas", publicou o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (Psol), nas redes sociais.
Pedido ao MPF
A vereadora por Belém Lívia Duarte (Psol) protocolou um ofício solicitando ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Pará do Ministério Público Federal (MPF), Felipe De Moura Palha e Silva, “esclarecimento acerca das providências adotadas diante do caso de desaparecimento do indigenista e consultor da Univaja, Bruno Pereira, e do jornalista britânico Dom Philips, no município de Atalaia do Norte/AM”. A vereadora lembrou que, antes de o suspeito Amarildoda Costa confessar o crime e mostrar onde estavam os corpos das vítimas, houve informações desencontradas. Lívia também observou que “o Estado brasileiro possui a obrigação de garantir que defensores de direitos humanos, jornalistas e servidores públicos possam exercer seus trabalhos com liberdade e segurança”.
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