Polícia Federal faz buscas em endereços de Carla Zambelli e prende hacker da 'Vaza Jato'
As buscas contra Zambelli são cumpridas em seu gabinete na Câmara dos Deputados e em endereços residenciais
Na manhã desta quarta-feira (2), a Polícia Federal (PF) cumpre mandados de busca e apreensão em endereços da deputada Carla Zambelli (PL-SP), uma das principais aliadas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e chegou a prender o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por ter dado origem à chamada "Vaza Jato", invadindo telefones de autoridades envolvidas com a operação Lava Jato.
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As buscas contra Zambelli são cumpridas em seu gabinete na Câmara dos Deputados e em endereços residenciais. Tanto ela como Delgatti são suspeitos de atuar em uma trama que mirava o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e que resultou na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão.
'Vaza Jato'
Famoso por ter invadido contas de Telegram de procuradores da Lava Jato, o hacker teve encontros em agosto de 2022 com integrantes da campanha e aliados do então presidente Jair Bolsonaro. Na época, interlocutores disseram que Delgatti se reuniu com Valdemar da Costa Neto, presidente do PL.
Aliados do dirigente partidário afirmaram que o encontro foi intermediado por Zambelli. Mas, de acordo com integrantes da campanha bolsonarista, a deputada levou Delgatti sem aviso prévio ao partido e Valdemar não deu continuidade às conversas. Ele ainda teria descartado aproximar o hacker da campanha por não ter gostado do teor do encontro.
O objetivo da suposta reunião entre os dois, segundo apurou a revista Veja na ocasião, foi tentar engajar o hacker na cruzada de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas. Na época, ele realizava ataques contra o sistema eleitoral, e sua retórica era apontada por críticos como um argumento que poderia ser usado pelo mandatário para questionar o resultado das eleições.
Conversas vazadas
Na Operação Spoofing, da Polícia Federal, que apurava a existência de uma quadrilha responsável por "crimes cibernéticos", Delgatti foi preso, em julho de 2019. A corporação disse que ele liderou um ataque hacker contra autoridades e acessou trocas de mensagens dos procuradores da Lava Jato pelo Telegram. Um dos hackeados foi o então chefe da força-tarefa da operação, Deltan Dallagno.
Delgatti admitiu à PF ter entrado nos celulares dos procuradores e repassado as mensagens ao site The Intercept Brasil, que revelou o caso posteriormente conhecido como Vaza Jato. Os diálogos vazados indicaram atuação conjunta dos procuradores com Moro nos processos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na operação.
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