Parlamentares paraenses opinam sobre o julgamento de Bolsonaro no TSE

Enquanto os apoiadores do ex-presidente acusam o Judiciário de 'perseguição', opositores dão como certa a condenação que o tornará inelegível por oito anos

Enize Vidigal

O julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode tornar Jair Bolsonaro (PL) inelegível por crimes eleitorais, pelo período de oito anos, gera repercussão no meio político paraense. Os apoiadores do ex-presidente, deputados federais Eder Mauro e Delegado Caveira (ambos do PL) acusam o Judiciário de “perseguição”, sendo que, para o primeiro, a situação fortalece politicamente o ex-capitão. Já o senador Beto Faro e o deputado federal Airton Faleiro (ambos do PT) deram como certa a condenação.

Bolsonaro é acusado de abuso de poder político, conduta vedada, desordem informacional e uso indevido dos meios de comunicação. O julgamento será retomado nesta sexta-feira, 30.

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“Não tenho dúvida que a perseguição contra Bolsonaro, por quem deveria obrigatoriamente promover a justiça, já o imortalizou”, inicia Eder Mauro. “Não resta a menor dúvida de que torná-lo inelegível, em uma decisão injusta, covarde e política, fará com que Bolsonaro seja cada vez mais o esteio e símbolo da direita conservadora que ele levantou do adormecimento e nunca mais vai deixar de existir no nosso Brasil”, acrescenta.

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No Instagram, o delegado Caveira fez uma postagem que diz: “Eleições sem Bolsonaro são golpe, sem golpe! ... O processo contra o (ex) presidente Bolsonaro não é um processo, e sim um ato de repressão política. Não entendo qual o desespero da esquerda, em enfrentar o capitão nas urnas!” O parlamentar acrescenta hastags que reafirmam a oposição a Lula e classificam o processo contra Bolsonaro de “perseguição” e “ditadura”.

Oposição ao ex-presidente

O senador Beto Faro avalia: “O tribunal está botando justiça naquilo que ele fez” e mencionou ilegalidades cometidas por Bolsonaro nos seis meses que antecederam a eleição, como o “aparelhamento do Estado para a sua reeleição”, “a distribuição de dinheiro na véspera da eleição” (aumentou o valor de auxílios assistenciais), “o uso de cadeia nacional” (de televisão), “foram tantas coisas praticadas que não é possível que ele não soubesse dos riscos que estava correndo, os riscos devem ter sido calculados pelos advogados dele. Em frente vem a consequência. A democracia e o povo brasileiro foram mais fortes e, agora, ele terá que pagar. Foi uma tentativa de golpe, não poderia prosperar uma posição dessa”.

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O deputado Airton Faleiro, segue a linha de Beto Faro. “Mesmo o julgamento ainda não tenha sido concluído, não vejo outro resultado que não seja a inelegibilidade, pois os fatos objeto do julgamento são fortes e bem fundamentados no processo”, disse. “Além disso recai sobre ele outros fatos ao longo do seu mandato de tentativa de golpe aos poderes. A materialização desse intento veio com a invasão ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF), que não tem como dissociar o Bolsonaro do planejamento e execução”. Ele acredita que, após esse processo, Bolsonaro deverá responder por outros crimes que poderão leva-lo à prisão.

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