Orientado por advogados, Mauro Cid afirma que usará direito de ficar calado na CPMI do 8 de janeiro
Tenente-coronel não deve responder às perguntas dos parlamentares
O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, informou que fará uso do direito de ficar calado e não vai responder às perguntas dos parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília. A oitiva dele está sendo realizada na manhã desta terça-fera (11).
No início de sua fala, Cid fez um resumo de sua trajetória dentro das Forças Armadas, informando que é tenente-coronel do Exército com 27 anos de serviço. Sobre a função de ajudante de ordens do presidente, afirmou que foi designado ao posto em 2018, pouco antes da posse do ex-presidente Jair Bolsonaro. "Esta função é exclusivamente de natureza militar e a nomeação não teve qualquer ingerência política", declarou.
O militar disse ainda aos deputados e senados membros da CPMI que esta é a única função de assessoria próxima do presidente que não é objeto da escolha do chefe do Executivo e que, no cargo, não participava de atividades relacionadas à gestão pública.
Mauro Cid alegou ainda que responde a oito investigações criminais, entre elas de envolvimento nos atos 8 de janeiro, na falsificação de cartões de vacina, de retiradas de presentes recebidos do ex presidente, de divulgação de notícias inverídicas, e envolvimento com milícias digitais. O tenente-coronel foi convocado na condição de testemunha e investigado. Como testemunha, ele seria obrigado a responder, mas como investigado, por decisão da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), ele pode ficar calado para não se autoincriminar.
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No início da sessão, parlamentares discutiram se ele seria obrigado a responder algumas perguntas, como testemunha. Porém, Cid argumentou que por ser investigado em diferentes inquéritos, inclusive que não têm relação com a CPMI, ele não responderia as perguntas até mesmo na condição de testemunha.
"Considerando a minha inequívoca condição de investigado, por orientação da minha defesa, farei uso ao meu direito constitucional ao silêncio", finalizou Mauro Cid.
As primeiras perguntas estão sendo feitas pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPI mista do 8 de janeir, mas Cid não tem respondido a nenhuma delas.
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