O que Rita Lee falava sobre política? veja
“Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los”, disse a artista
A cantora e compositora Rita Lee, que faleceu nesta segunda-feira (8) aos 75 anos, após uma batalha contra o câncer, sempre foi conhecida por expressar suas opiniões, o que a envolveu em diversas polêmicas, incluindo no campo político. Durante seu segundo mandato, ela dirigiu críticas ao presidente Lula e, em 2021, também se posicionou sobre a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“É assustador ver gente no comando com mente tão ultrapassada. Me enche o saco o racismo, a misoginia, a homofobia. Não tenho paciência para isso. Eu queria chegar em 2021 e perceber mais respeito no mundo”, escreveu nas redes sociais.
A artista também se envolveu em polêmica com apoiadores de Bolsonaro, após ter batizado seu tumor maligno de “Jair“. A revelação foi feita nas redes sociais no ano passado por Beto Lee, filho da cantora. Na época, a cantora foi criticada por Carlos Bolsonaro, Luciano Hang, entre outros apoiadores do ex-presidente.
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Em 2011, no fim do segundo mandato do presidente Lula, a cantora deixou claro que não gostava do petista. “Só de não ouvir Lula e sua voz de catacumba, com rodelas de suor debaixo do braço, cuspindo perdigotos e assassinando o português, é um alívio”, escreveu.
No mesmo ano, durante apresentação na Virada Cultural Paulista, Rita Lee criticou políticos de São Paulo. “Falando em ovelha negra [música], São Paulo é a ovelha negra do país. Eu moro aqui há 65 anos. Cara, entra governador, sai governador. Entra prefeito, sai prefeito. E eles não fazem p… nenhuma“, afirmou a cantora ao público.
“Tirem essa bunda da cadeira, seus babacas, e vão trabalhar. Vão resolver os alagamentos, vão resolver a violência, a segurança nas ruas, equipar os policiais. São Paulo, que leva o Brasil nas costas, está abandonada, suja. O centro da cidade, meu, está caindo aos pedaços. Isso é uma falta de respeito, é um crime ao patrimônio”, disse a artista, em meio a gritos de aprovação da plateia.
“Eu quero que todos os políticos, porque são uns safados, não tem um que se salve, eu quero que eles se f… E a gente vota neles, a gente vota no (Jair) Bolsonaro, a gente vota nesses caras que estão aí. Orra meu, pelo amor de Deus! São Paulo é o maior colégio eleitoral, a gente tem que pensar, ver quem tem a ficha limpa, que sempre tem, deve ter uma fichinha limpa, pelo amor de Deus! Ou não tem?”, perguntou à plateia.
A cantora deixou claro que não gostava de políticos. Em sua autobiografia, Rita Lee chegou a afirmar que nenhum político iria ao seu velório. “Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los”, disse a cantora.
A morte de Rita Lee foi confirmada pela família da cantora nas redes sociais. “Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no final da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou”.
O velório será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, na quarta-feira (10), das 10h às 17h. O corpo da artista será cremado em cerimônia particular.
(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).
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