COP 30: Naea diz que COP 30 no Pará irá refazer imaginários que existem sobre a Amazônia

Além disso, Núcleo vai buscar protagonismo da população local dentro do estudos sobre a região

Camila Azevedo

A notícia de que a Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu Belém para sediar a COP 30 já anima estudiosos da Amazônia sobre as mudanças e melhorias que poderão ser realizadas a partir do encontro, que ocorrerá em 2025. Para o Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea), da Universidade Federal do Pará (UFPA), a novidade será aproveitada para discutir a diversidade da região e refazer imaginários que existem.

O anúncio da escolha da capital paraense para a COP 30 foi comemorado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em publicação nas redes sociais, que contou com a participação do governador do Pará, Helder Barbalho, e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Essa será a primeira vez que o Brasil receberá uma reunião de grande magnitude sobre mudança de clima.

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Armin Mathias, diretor do Naea, afirma que a oportunidade vai possibilitar mostrar a necessidade de mostrar o verde da Amazônia e que a conservação precisa de consideração com a população da região. “Acho que é um momento importante para que pessoas que pensam no desenvolvimento, apresentem para o mundo o nosso plano para a Amazônia e sair um pouco do papel de ficar aqui esperando o que está sendo ofertado para nós”.

"Precisamos ter a nossa ideia, nosso planejamento é ideal para a Amazônia, se alguém quiser embarcar nisso, será bem vindo, mas, a princípio não podem tirar a autonomia da população local sobre os caminhos do seu desenvolvimento. Claro que não vivemos sozinhos, tenho responsabilidade com o planeta, então, não pode ser um a custo dos outros, mas precisa ter como foco primeiro a população local”, completa Armin.

O Naea já começou a preparação para a COP 30, mas o diretor da instituição ressalta que os trabalhos não serão pautados pelo encontro. “Já temos vários colegas que, junto com o governo do estado, trabalham os planos regionais, elaboram propostas de bioeconomia… Outros trabalham na área da questão compartilhada, em unidades de conservação. Tem uma série de atividades que já estamos fazendo e, de certa maneira, não vamos nos pautar pela COP. É uma possibilidade de mostrar, buscar e receber quem de fora queira trabalhar conosco, mas no sentido de que nós pautamos nossa discussão. Não vamos aceitar uma imposição externa em cima de nossas ideias”, finaliza Mathias.

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