Moraes determina que PF inclua nome de Eustáquio na lista vermelha da Interpol
O jornalista é investigado pelo STF no inquérito que apura os atos antidemocráticos
Após determinação do ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a Polícia Federal (PF) vai incluir o nome do jornalista Oswaldo Eustáquio na lista vermelha da Interpol, que reúne pessoas procuradas pela Justiça. Anexado ao inquérito sigiloso do Supremo, o ofício chegou ao poder da cúpula da PF no dia 7 de julho.
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O jornalista é investigado pelo STF no inquérito que apura os atos antidemocráticos. Após as eleições do ano passado, Eustáquio deixou o Brasil, com receio de ser preso novamente. Desde o fim do ano passado, ele diz ter buscado exílio em oito países.
A prisão temporária de Oswaldo Eustáquio foi ordenada por Moraes em dezembro de 2022, conforme pedido da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República (PGR). Na ocasião, o ministro justificou "fortes indícios" dos crimes de ameaça e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Por meio de nota, o advogado Ricardo Freire Vasconcellos informou que vai recorrer da decisão de Moraes. "O Instituto Internacional de Defesa de Presos e Exilados Políticos vai enviar um ofício à Interpol pedindo a não inclusão do nome de Eustáquio no alerta vermelho com base no artigo que veda a inclusão de nomes por perseguição política. Oswaldo é um refugiado político por perseguição", destacou a defesa.
Contas bloqueadas
As contas bancárias do jornalista estão bloqueadas por ordem do STF. Eustáquio tem feito apelos com a ajuda dos três filhos, com o objetivo de criticar as decisões de Moraes e pedir doações via PIX. Moraes também determinou, a pedido da PGR, o bloqueio das contas de um dos filhos do jornalista, após Eustáquio ter pedido ajuda por meio de doações à conta da filha.
O magistrado já havia determinado, em março deste ano, o bloqueio de automóveis, contas e cartões bancários em nome do jornalista. Dez dias mais tarde, o ministro estendeu o bloqueio bancário também para a filha de Eustáquio. "O investigado, de maneira sorrateira, está utilizando o perfil de sua própria filha para arrecadação de dinheiro", afirmou Moraes.
Na época, um banco informou ao Supremo que a adolescente tinha duas contas: uma conta-corrente com R$ 6,3 mil e um investimento em previdência privada de R$ 375 mil. As duas foram bloqueadas.
Em maio, a defesa da adolescente apresentou recurso ao tribunal. A jovem foi representada por sua mãe, casada com Eustáquio, e um advogado. A filha do jornalista afirmou que usa o dinheiro para ir à escola e comprar lanche para seus irmãos menores e ração para seus cachorros.
A PGR concordou com parte do argumento da jovem. Em junho, o órgão pediu o desbloqueio da conta com R$ 6,3 mil, mas não a do investimento de R$ 375 mil.
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