Marina Silva faz balanço sobre os Diálogos Amazônicos e fala sobre a Cúpula da Amazônia

Ainda segundo a ministra, quando o presidente Lula fez a convocação da Cúpula, ele pensou no trilho do seguimento governamental e o trilho da sociedade civil

Luciana Carvalho
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Durante uma coletiva de impresa realizada na tarde desta segunda-feira (7), no Palácio do Governo do Estado do Pará, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, fez um balanço sobre a realização dos Diálogos Amazônicos, no último fim de semana, em Belém, e falou sobre a Cúpula da Amazônia, nos dias 8 e 9.

Sobre os Diálogos Amazônicos, a ministra disse que o evento coordenado pela Secretaria Geral da Presidência teve mais de 400 atividades, que envolveram mais de 17 mil pessoas, entre as plenárias autogestionadas e as cinco grande plenárias transversais que, de acordo com a ministra, resultarão em um relatório que será apresentado aos presidentes.

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Ainda segundo a ministra, quando o presidente Lula fez a convocação da Cúpula, ele pensou no trilho do seguimento governamental e o trilho da sociedade civil. "A Cúpula da Amazônia se dá em dois trilhos: o primeiro trilho já teve um sucesso enorme, pois toda a participação e envolvimento, não só de pessoas do Brasil, mas dos diferentes países que compõem o Acordo de Cooperação da Amazônia", comentou.

Outro aspecto que ela ressaltou foi sobre o Acordo de Cooperação, que tem 45 anos. Ela disse que, durante esse tempo, muitas coisas mudaram - algumas para melhor e outras para pior.

"Quando o tratado foi feito, a visão que tínhamos era a visão desenvolvimentista. Para os progressistas sociais, a visão desenvolvimentista, e para os conservadores, a visão desenvolvimentista e crecimentista, mas a equação do combate à desigualdade não estava posta. Um outro aspecto que tínhamos era a ideia que o desenvolvimento era um processo linear, sem rupturas e que as bases naturais do desenvolvimento, tinham capacidade de suporte para todas as nossas ações".

Sobre a Cúpula da Amazônia destacou sobre o o período de tempo que não houve a convocação para a realização do evento ambiental. "Nós estamos realizando essa cúpula agora, 45 anos depois, mas, também, 14 anos depois de uma interrupção em que não tínhamos uma convocação da Cúpula. Ou seja, nós temos uma realidade que se agravou porque nós sabemos que a natureza já está no vermelho em mais de 30% de sua capacidade de suporte", disse.

"Sabemos que as nossas ações desequilibraram muitos processos, não apenas político, econômicos e sociais, mas, sobretudo, desequilibraram as regularidades ambientais, as regularidades cósmicas como o desequilíbrio de chuvas no planeta, desequilíbrio no problema da mudança climática, entre tantos outros. Essa cúpula se reverte, exatamente, não apenas da necessidade dessa estratégia que o presidente Lula traçou junto com todos nós, uma cúpula em dois trilhos. Como tivemos esse ato de ter 14 anos sem uma convocação da cúpula, nós chegamos a ela com a clareza de que a Amazônia está drasticamente ameaçada. Nós não podemos permitir que ela entre em ponto de não retorno. E é impossível reverter esse processo de forma isolada. Então vamos trabalhar de forma conjuta" destacou.

(*Luciana Carvalho, estagiária sob supervisão de Elisa Vaz, repórter do Núcleo de Política).

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