‘Diálogos Amazônicos’ se encerra com 24 mil participantes; Cúpula da Amazônia será aberta amanhã

Cúpula da Amazônia reunirá chefes de estado dos países que têm parte da floresta amazônica em seu território

Valéria Nascimento
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Cerca de 24 mil pessoas participaram da intensa programação dos Diálogos Amazônicos, em três dias de evento, encerrado na noite deste domingo (6), no Hangar, em Belém. Agora, a expectativa se volta para a Cúpula da Amazônia, na próxima terça-feira (8) e quarta-feira (9), na capital paraense

Representantes de movimentos sociais, do setor produtivo, além de ambientalistas, ativistas, e populações tradicionais, a exemplo dos povos indígenas, aguardam com atenção a Cúpula da Amazônia, com os chefes de estados dos países que detêm parte da floresta amazônica em seu território: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.

Plenária reúne cerca de 800 indígenas no 'Diálogos da Amazônia'

A Cúpula da Amazônia que acontecerá em Belém será o quarto encontro do grupo. As reuniões das Cúpulas são previstas no Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), assinado em 3 de julho de 1978.

Presidente Lula em Belém nesta terça-feira (8)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve chegar a Belém, na terça-feira (8). Ele vai liderar a Cúpula da Amazônia, onde além dos países pan-mazônicos, são esperados representantes da Indonésia, França, Noruega e Alemanha.

A intensa programação dos Diálogos Amazônicos, com mais de 300 eventos da sociedade civil, foi uma iniciativa para assegurar a participação social, a chamada ‘voz amazônica’, pois os resultados dos debates foram registrados em documentos/cartas que serão apresentados aos chefes de estados, na Cúpula.

De acordo com o governo federal, um dos objetivos da Cúpula da Amazônia é fortalecer a OTCA, que tem sede em Brasília. A intenção é de que a entidade tenha condições de apoiar os países da região na realização das iniciativas e dos projetos necessários ao desenvolvimento sustentável da região.

Nesta segunda-feira (7), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, vão apresentar à imprensa as diretrizes para a realização da Cúpula da Amazônia. O evento está marcado para 12h45, no Palácio do governo do Pará, na avenida Dr. Freitas, em Belém.

Plenária Indígena encerra Diálogos Amazônicos com 800 indígenas de 100 povos

A ministra do Ministério dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, defendeu o protagonismo dos povos indígenas dos territórios pan-amazônicos, e a participação concreta do segmento no documento que será entregue aos chefes de estados na Cúpula da Amazônia.

Sonia Guajajara participou da última plenária que encerrou os Diálogos Amazônicos, na noite deste domingo (6), em Belém. A fala dela foi precedida pelos discursos de outras lideranças, como o líder indígena Raoni Metuktire, de 93 anos.

Raoni mostrou preocupação com os danos ambientais e sociais. Ela citou a seca dos rios e a ameaça do alcoolismo e drogas ilícitas sobre os jovens indígenas, mas também felicitou as etnias pelo crescimento populacional dos povos.

"As autoridades e os governos têm de nos escutar, assim como os governos estrangeiros. Eu já estive lá fora (no exterior) muitas vezes defendendo e lutando por vocês, por todos nós", afirmou Raoni.

Alcoolismo e drogas ilícitas

O cacique conhecido internacionalmente chamou a atenção para um problema grave dentro das aldeias. "Novas gerações não podem esquecer a nossa cultura. Vocês jovens têm de se preocupar com coisas do branco, o alcoolismo não é bom, nem as drogas. Mas, eu estou feliz de ver todos vocês aqui " afirmou Raoni.

Na sequência, outros líderes falaram, como uma representante dos povos indígenas do Suriname que denunciou a expulsão dos indígenas as próprias terras naquele país e pediu cuidado com as florestas.

A ministra Sonia Guajajara teve a palavra de honra da plenária. Ela elegeu como prioridade temas que não podem ser desconsiderados nas discussões dos chefes de estados, na reunião da Cúpula da Amazônia, como a emergência climática, a diversidade das pessoas que vivem no território amazônico, a retomada da demarcação e da titularidade dos territórios indígenas.

“É preciso apoiar a bioeconomia indígena, proteger as unidades de conservação, retirar os ilegais dos nossos territórios", disse ela.

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