Lula critica gestão Bolsonaro, condena ataques à democracia e cita avanços nos 100 dias de governo

Presidente comparou investimentos em diversas áreas com as ações executadas no mesmo período pela gestão de Jair Bolsonaro

O Liberal
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu ministros, na manhã desta segunda-feira (10), no Palácio do Planalto, para fazer um balanço dos primeiros 100 dias de governo e anunciar as próximas ações da gestão. Ele começou o pronunciamento falando sobre os ataques a órgãos públicos em Brasília ocorrido logo no início da atual gestão, em 8 de janeiro, e parabenizando a união dos três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - na defesa da democracia.

Também fez críticas à gestão de Jair Bolsonaro (PL), citando ofensas à democracia, ao judiciário, às mulheres e gestores estaduais ou municipais. "Nunca antes na história do Brasil um presidente da República tinha tratado os entes federados com tanto desrespeito como foram tratados os governadores e prefeitos", declarou Lula. 

"Estamos criando uma fase nova nesse Brasil. Acho que agora mais experientes, mais maduros, a gente tem muito mais capacidade do que as pessoas que vêm pela primeira e têm que aprender como funciona a máquina pública", continuou o presidente. 

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Em seguida, ele comparou algumas ações dos primeiros três meses da atual gestão com o que foi feito pelo governo Bolsonaro. Veja os investimentos citados pelo presidente

  • Investimentos em rodovias: R$ 3,3 bilhões empenhados este ano e R$ 892 milhões no ano passado, até março. 
  • Investimentos em recursos hídricos: atual governo, R$ 323 milhões. No ano passado, até março, R$ 82 milhões
  • Ciência e tecnologia (sem contar as bolsas): R$ 535 milhões este ano e R$ 128 milhões no mesmo período do ano passado
  • Investimentos em Saúde: R$ 145 milhões nos primeiros três meses deste ano R$ 56 milhões de reais no mesmo período do ano passado
  • Hidrovias: R$ 628 milhões na gestão Lula e R$ 34 milhões no mesmo período do ano passado
  • Habitação: R$ 203 milhões e o governo anterior não investiu nada de janeiro a março do ano passado, de acordo com o presidente Lula

"É apenas uma pequena demonstração de como vamos fazer a diferença nesse país. E vamos fazer a diferença superando as dificuldades", declarou Lula.

Em seu pronunciamento, ele citou também o caso dos povos Yanomami e afirmou que é possível ter mais gente vivem em situação parecida. Lula lembrou os últimos casos envolvendo pessoas encontradas pelo Ministério do Trabalho em situação análoga à escravidão. "A lei tem que ser dura porque não é possível no século XXI, no primeiro quarto desse século, a gente saber que no Brasil ainda tem trabalho escravo", disse Lula.

Segundo ele, a Petrobras financiará pesquisa para novos combustíveis renovável e retomará o papel protagonista de investimentos, ampliando a frota de navios da Transpetro e gerando empregos. O presidente também destacou as ações do programa Minha Casa, Minha Vida. "Precisamos pensar não apenas nas pessoas que ganham um salário mínimo, mas quem ganha dois ou três salários mínimos. O mais pobre é prioridade, mas a gente quer pensar no conjunto da sociedade brasileira", afirmou.

Ainda de acordo com o presidente, o Brasil voltará a ser referência mundial de sustentabilidade e referência de mudanças climáticas e cumprirá as metas de redução de carbono e desmatamento zero. "Marina (Silva, ministra do Meio Ambiente) está numa fase de montar o que foi desmontado, desde contratar gente a até equipamento para voltar a ter um padrão de fiscalização que tinha há dez anos. É importante que as pessoas compreendam que as coisas não são fáceis, mas nós vamos cumprir. O desmatamento será combatido em todos os biomas brasileiros. Desenvolveremos a economia da sociobiodiversidade integrando a pesquisa cientifica e o conhecimento tradicional. A mudança para uma economia de baixo carbono será tratada como estratégia de desenvolvimento do país", afirmou o presidente. "O combate às mudanças climáticas também se dará nos centros urbanos, com ações de redução da emissão de carbono", completou.

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