Investigação da PF aponta que ConecteSUS foi fraudado pelo menos 20 vezes

As fraudes configuram crime de peculato eletrônico, com pena prevista de 2 a 12 anos de prisão

O Liberal

A Polícia Federal informou que o sistema ConecteSUS foi fraudado pelo menos 20 vezes pelo entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro. Dados falsos de vacinação contra a Covid-19 foram inseridos no sistema do Ministério da Saúde. A PF afirma que as fraudes configuram crime de peculato eletrônico, com pena prevista de 2 a 12 anos de prisão.

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A investigação da PF revelou que os fraudadores utilizaram ferramentas de recuperação de senha do próprio portal “Gov.br” para acessar a plataforma e fazer alterações no sistema. Além disso, os registros das duas doses de uma mesma pessoa foram feitos com apenas um minuto de diferença e de locais diferentes aos recebidos nos comprovantes.

Na operação Venire, deflagrada nesta quarta-feira (3), a Polícia Federal apurou um esquema claro de fraude em dados de vacinação de Bolsonaro e familiares. A corporação cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão preventiva, sendo 1 no Rio de Janeiro e 5 na capital federal.

Os agentes realizaram buscas e apreensões na casa de Bolsonaro no Jardim Botânico, em Brasília, e o ex-presidente estava na residência no momento das buscas e seu celular foi apreendido. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi preso, assim como outras 5 pessoas, incluindo seguranças e assessores do ex-presidente.

Segundo a PF, as alterações nos cartões de vacinação foram realizadas de novembro de 2021 a dezembro de 2022 e tiveram como consequência a “alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários”.

Em resposta, Bolsonaro afirmou que “não existe” adulteração em seu cartão de vacinação e que nunca pediram a ele comprovante de imunização para “entrar em lugar nenhum”. Ele também afirmou que sua filha Laura, de 12 anos, não se vacinou contra a Covid-19 e que apenas sua esposa, Michelle Bolsonaro, tomou o imunizante da Janssen, nos Estados Unidos.

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