Helder é reeleito com 70%; veja como foi a votação no Pará
Problemas logísticos atrasaram a apuração de votos no Estado, mas o governador tinha margem grande para o segundo colocado
Candidato à reeleição no Pará, Helder Barbalho (MDB) foi oficialmente anunciado como governador pelos próximos quatro anos às 20h17 pela presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA), desembargadora Luzia Nadja Guimarães. Embora a totalização dos votos no Estado estivesse prevista para as 22h, a diferença entre os dois primeiros colocados já era muito alta - Helder venceu com cerca de 70% e Zequinha Marinho ficou com 27%. Ou seja, matematicamente, não havia como ocorrer uma virada no resultado parcial.
Com o anúncio, Barbalho se torna o primeiro governador a vencer em primeiro turno uma reeleição no Pará desde a Constituinte, em 1988.
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Helder Barbalho, de 43 anos, é natural de Belém e filho de Jader Barbalho. Foi ministro-chefe da Secretaria Nacional dos Portos no governo Dilma Rousseff e ministro da Integração Nacional no governo Michel Temer. Formado em administração e pós-graduado com MBA Executivo em gestão pública, iniciou a vida política em 2002, como vereador de Ananindeua, foi prefeito da cidade por dois mandatos e deputado estadual.
Além do governo do Estado, os eleitores paraenses também decidiram quem ocupa cadeiras da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Câmara dos Deputados e Senado Federal. Nesta última Casa, apenas um senador foi eleito, já que apenas uma cadeira está disponível: Beto Faro (PT), com 42,36% dos votos e mais de 1,7 milhão de eleitores. O segundo lugar ficou com Mário Couto (PL), que não foi eleito senador.
Votação
Com mais de seis milhões de eleitores e dificuldade de logística, houve uma série de situações que atrasaram a consolidação dos dados no Pará, prevista inicialmente para as 20h deste domingo (2). Às 23h, no entanto, eleitores ainda votavam em Novo Repartimento, por exemplo, onde houve queda de luz. A falta de energia elétrica em Abaetetuba atrasou a votação no município, enquanto, em Jacareacanga, a demora na entrega de urnas por questões climáticas fez com que a votação só começasse às 11h.
Até as 21h, 41 urnas eletrônicas haviam sido substituídas por problemas técnicos em todo o Estado, segundo o secretário de Tecnologia da Informação do TRE-PA, Alessandro Cruz - as trocas foram feitas após todos os testes que os mesários precisam fazer antes de substituir o equipamento. O especialista considera o número baixo, já que o Pará possui mais de 18 mil urnas eleitorais. Os principais problemas foram no módulo impressor e de travamento.
"Tivemos várias complicações nessa eleição, mas é um recorde o que o Tribunal está fazendo de tempo de eleitorado: mais de seis milhões de eleitores. E, dos 144 municípios, 90 estão fazendo eleição com biometria pela primeira vez. Além disso, são cinco candidatos que o eleitor tinha que escolher, são muitos números, por esse motivo intensificamos a campanha para o eleitor levar todos os seus números devidamente anotados. São muitas variáveis, isso realmente acabou trazendo complicações a mais, mas procuramos sempre uma atuação imediata, procurando manter uma organização em todos os locais de votação, na maior tranquilidade possível", avaliou.
Sobre a segurança das urnas, o secretário afirmou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fez a abertura e liberação do sistema desses equipamentos um ano antes das eleições, em outubro do ano passado, quando foram abertos a todas as entidades pesquisadoras e a todos os profissionais da área de informática, que acompanharam o processo de evolução e desenvolvimento do sistema. Um grande destaque desta eleição, segundo Alessandro, foi a auditoria em urnas eletrônicas de Belém e outros municípios do Pará, com o objetivo de "mostrar o processo de votação, demonstrando que aquele voto inserido na urna eletrônica foi de fato o que foi totalizado ao final da votação".
Tranquilidade
Apesar dos atrasos e das intercorrências, a presidente do TRE-PA, desembargadora Luzia Nadja, avalia o primeiro turno como "tranquilo". "As eventuais ocorrências foram todas solucionadas, e ocorrências que são naturais para nós, da Justiça Eleitoral, e que acontecem em todas as eleições", comentou. Ela elogiou também o fato de que a biometria foi novamente usada neste pleito, após ter sido suspensa nas eleições municipais por conta da pandemia da covid-19.
Nos casos em que a biometria ainda não havia sido coletada, o eleitor podia votar normalmente, mas precisava deixar o registro no caderno de votação. Esse foi um dos motivos para os atrasos, de acordo com a desembargadora. "Eu acredito que a biometria é muito importante para o eleitorado e para o povo brasileiro. Até porque traz a segurança e a certeza para todos nós, com a nossa coleta digital e o exercício do voto", declarou.
O diretor-geral do TRE-PA, Felipe Brito, também deu uma avaliação positiva das eleições gerais deste ano. "É um pleito naturalmente mais longo, mas o Tribunal conseguiu assegurar a instalação de todas as sessões eleitorais, são mais de 18 mil sessões em todo o Estado do Pará e todas elas funcionaram e os eleitores tiveram seu direito assegurado e votaram". Nenhum problema foi muito "significativo", na opinião dele.
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