Flávio Dino nega recebimento de relatórios sobre falhas em penitenciária onde ocorreu fuga
Fugitivos ligados ao Comando Vermelho continuam desaparecidos há cinco dias
Flávio Dino, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, disse não ter recebido relatórios de inteligência que apontavam falhas na segurança da penitenciária federal de Mossoró, onde ocorreu dupla fuga na última quarta-feira (14). Os fugitivos, ligados ao Comando Vermelho, continuam desaparecidos há cinco dias.
Dino, que na segunda-feira (19) deixou o PSB e assumirá como ministro do STF, esteve à frente da pasta do governo Lula até janeiro deste ano. Investigadores afirmam que relatórios produzidos em 2021 e 2023 alertavam para o risco de fugas na penitenciária, mas nenhuma medida preventiva foi tomada.
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O atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que só teve conhecimento dos relatórios pela imprensa. Ele está em Mossoró acompanhando as buscas pelos fugitivos e destacou a abertura de uma sindicância para investigar o ocorrido.
"Na administração pública, isso [produção de relatórios] é comum. É preciso avaliar a qualidade dos relatórios, se foram sanados os problemas avaliados, e tudo isso será analisado pelo doutor André [Garcia, secretário de Políticas Penais] na sindicância que foi aberta", disse Lewandowski.
"Não vamos deixar nenhum defeito, falha de procedimento ou nenhum problema de equipamento para trás. Daqui para frente, como sempre tivemos presídios muito seguros, eles serão ainda mais seguros", garantiu o ministro.
As investigações revelam que câmeras inoperantes e alertas de policiais penais sobre possíveis fugas não foram tratados adequadamente. O presidente Lula, em viagem à Etiópia, sugeriu possível "relaxamento" e "conivência" de agentes da penitenciária. As buscas pelos fugitivos, que chegaram a fazer reféns em uma casa, continuam.
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