Relatório indica câmeras com defeito em presídio de Mossoró desde 2023
Documento apontou que o sistema de monitoramento eletrônico operava com capacidade reduzida
Um compilado de relatórios internos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN), desde o início de 2023, mostra que ao menos 160 câmeras de segurança do presídio estão danificadas ou com a qualidade da imagem ruim.
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Esse era o mesmo número de equipamentos defeituosos, na madrugada de quarta-feira (14), quando os dois detentos, Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, fugiram da prisão. Foi a primeira fuga do sistema penitenciário federal desde a sua criação, em 2006.
“O sistema de monitoramento eletrônico opera em capacidade muito reduzida, devido a inúmeros problemas de funcionamento”, diz um trecho do relatório interno obtido pelo Poder360.
O documento foi produzido por agentes da unidade prisional com objetivo de elencar riscos à segurança da unidade prisional antes da fuga. A deficiência nas câmeras de segurança é relatada em um processo interno do presídio desde 1º de janeiro de 2023.
Com as poucas câmeras de segurança em funcionamento na penitenciária, a ação completa dos fugitivos não deve ter sido registrada na íntegra, o que dificulta as investigações sobre a fuga. O número total de câmeras da penitenciária não é divulgado por questões de segurança. As 160 câmeras danificadas representam uma fatia significativa do total de equipamentos.
“(O deficit de câmeras) provoca muitos pontos cegos sem monitoramento, como em alas, pátios de sol, corredores de circulação, perímetros externo, dentre outros”, diz outro trecho do relatório.
Segundo o documento, há outras estruturas na penitenciária que não funcionam, como: sistema de comunicação (call station); câmeras nas torres, na caixa d’água e pátio de sol; e câmeras na sala do conselho disciplinar de presos.
A operação de recaptura dos dois fugitivos é coordenada pela Polícia Penal Federal (PPF), com auxílio de outras forças de segurança estaduais e federais.
Buscas
O raio de busca está expandido de 15 km a 20 km da Penitenciária Federal de Mossoró. Também estão sendo usados na operação três helicópteros (um da Polícia Federal, um da Polícia Rodoviária Federal e outro do governo do Rio Grande do Norte), além de drones.
A PF divulgou uma imagem, na sexta-feira (16), que mostra um buraco perto da luminária de uma das celas onde ficavam os dois presos. Segundo apurou o Poder360, no espaço ficava uma luminária de luz elétrica. Os foragidos teriam arrancado toda a estrutura para fugir. Ainda não há informações sobre como ela foi quebrada.
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