Ex-governador do DF, Arruda é condenado e perde direitos políticos por 12 anos
Na operação "Caixa de Pandora", ele também foi sentenciado a pagar "reparação do dano" no valor de R$ 1,5 milhão e uma multa no mesmo valor
O ex-governador do Distrito Federal (DF) José Roberto Arruda foi condenado nesta quinta-feira (27), pela 2ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, à perda dos direitos políticos por 12 anos. A sentença por improbidade administrativa é um desdobramento da operação "Caixa de Pandora".
Arruda também foi sentenciado a pagar "reparação do dano" no valor de R$ 1,5 milhão e uma multa no mesmo valor, totalizando R$ 3 milhões, a ser corrigido de acordo com a inflação.
Ele ainda foi proibido de fazer contratações com o poder público ou receber incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja majoritário. A pena vale por 10 anos.
A defesa do ex-governador disse, em nota, que Arruda recebeu a notícia com "irresignação e descontentamento". "A defesa informa que recorrerá e acredita na breve cassação ou reforma da sentença", diz o texto.
Outros seis réus, além de Arruda, foram sentenciados, incluindo o ex-delegado da Polícia Civil e delator da operação, Durval Barbosa. Veja quem são:
- Durval Barbosa Rodrigues
- José Geraldo Maciel
- Adailton Barreto Rodrigues
- Alexandre Tavares de Assis
- Info Educacional
- Masaya Kondo
'Caixa de Pandora'
Conhecido pelo nome "Caixa de Pandora" ou mensalão do DEM, o escândalo envolvia a compra de apoio de deputados distritais na Câmara Legislativa do DF (CLDF) pelo governo José Roberto Arruda, em 2009.
A TV Globo revelou, naquele ano, imagens do ex-governador recebendo uma sacola com R$ 50 mil das mãos de Durval Barbosa, então secretário de Relações Institucionais do governo e que, depois, se transformou no delator do esquema.
Na época, Arruda informou que o dinheiro era uma doação para a compra de panetones que seriam entregues para famílias carentes de Brasília. O ex-governador chegou a apresentar quatro recibos.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Arruda forjou e imprimiu os quatro documentos no mesmo dia, na residência oficial do GDF, em Águas Claras. Em seguida, os papéis foram rubricados por Durval Barbosa. A impressora foi apreendida pela Polícia Federal, em 2010, e uma perícia comprovou a fraude.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA