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Equipe de tiro esportivo de 1920 pode entrar para o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

Inclusão está prevista em PL de autoria do deputado federal Raimundo Santos (PSD-PA)

O Liberal
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A equipe de tiro esportivo que representou o Brasil na Olimpíada de 1920, contando com a participação de Guilherme Paraense — atleta nascido em Belém e primeiro brasileiro a conquistar uma medalha de ouro em Jogos Olímpicos —, poderá ter seu nome inscrito no “Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria”. A inclusão está prevista no Projeto de Lei nº 176/2025, de autoria do deputado federal Raimundo Santos (PSD-PA), apresentado na segunda-feira (3/2).

O chamado “Livro de Aço” recebe esse nome por suas páginas serem feitas desse material e está preservado no Panteão da Pátria, localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Criado em 1992, o livro tem como objetivo prestar homenagem a cidadãos que, em diversas áreas, contribuíram significativamente para a nação.

Em 2023, foi sancionada a Lei 14.984, que estabeleceu a reorganização do Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, criando subdivisões em volumes, seções e tomos. A norma passou a valer em 25 de setembro, quando foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Conforme consta na justificativa do projeto de lei, Guilherme Paraense (1884-1968), então com 36 anos, conquistou a medalha de ouro na prova de pistola rápida no dia 3 de agosto de 1920. Além dele, outros brasileiros marcaram presença no pódio: Afrânio da Costa (1892-1979) garantiu a prata na mesma categoria, enquanto a equipe brasileira ficou com o bronze na competição por equipes. Entre os integrantes do time estavam Sebastião Wolf (1869-1936), natural da Alemanha, e os brasileiros Dario Barbosa (1882-1965), do Rio Grande do Sul, Fernando Soledade (1869-1959), Demerval Peixoto (1884-1962) e Mario Maurity (1883-1922), todos nascidos no Rio de Janeiro.

O projeto ressalta que a conquista do Brasil nos Jogos Olímpicos de 1920 foi um verdadeiro feito histórico, principalmente diante das adversidades enfrentadas pela equipe. De acordo com o texto, os atletas viajaram para a Antuérpia por conta própria, encarando inúmeras dificuldades. No navio “Curvello”, onde se acomodaram em cabines de terceira classe, os espaços eram pequenos e abafados, sem ventilação adequada, o que os obrigava a dormir no bar da embarcação, aguardando que os últimos clientes saíssem para conseguir descansar.

Diante do risco de não chegarem a tempo para a competição, os esportistas decidiram pegar um trem de carga em Lisboa, prosseguindo a viagem em condições extremamente precárias. Além disso, relatos indicam que, ao passarem por Bruxelas, foram furtados e perderam munição, alvos e quase todas as armas. Já na cidade-sede dos Jogos, receberam auxílio de atletas norte-americanos, que lhes forneceram o equipamento necessário para competir.

O grande esforço coletivo e os resultados memoráveis da equipe foram imortalizados no videodocumentário “Ouro, prata, bronze... e chumbo!”, do jornalista José Roberto Torero. Além do projeto para inscrever o time no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, o deputado Raimundo Santos também propôs o Projeto de Lei nº 723/2024, que visa reconhecer Guilherme Paraense como Patrono do Esporte Olímpico Brasileiro. Essa proposta já se encontra em tramitação nas comissões da Câmara dos Deputados, tendo recebido parecer favorável do relator antes de seguir para o Senado.

O título de herói ou heroína da pátria é concedido a figuras que tiveram papel fundamental na defesa ou no desenvolvimento do Brasil. Para que um nome seja registrado no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é necessária a aprovação de uma lei pelo Congresso Nacional.

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Desde sua criação, o livro já homenageou 64 personalidades até março de 2023, incluindo 51 homens e 13 mulheres. Entre eles, estão militares, intelectuais, políticos, revolucionários, enfermeiros, inventores, músicos e até um imperador. Entre os nomes registrados, destacam-se figuras como Tiradentes, Anita Garibaldi, Chico Mendes, Zumbi dos Palmares, Machado de Assis, Chico Xavier, Santos Dumont e Zuzu Angel.

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