Deputados estaduais opinam sobre realização ou não de carnaval em Belém

Parlamentares foram ouvidos horas antes de a Prefeitura de Belém volta atrás e anunciar o cancelamento das festas.

Natália Mello

A reportagem do Grupo Liberal conversou com alguns parlamentares estaduais, nesta terça-feira (30), sobre a realização do carnaval de Belém, e os cinco deputados entrevistados reforçaram a necessidade de se avaliar o cenário pandêmico para, assim, poder confirmar ou cancelar as festas. As declarações foram obtidas antes mesmo de a prefeitura da capital confirmar o cancelamento do evento – o que ocorreu no início desta tarde, voltando atrás da decisão de manter as festas, anunciada no último dia 25.

image Prefeitura de Belém cancela réveillon e carnaval 2022
Decisão foi conjunta de órgãos da administração municipal diante do aumento de casos de covid-19 e a nova variante Ômicron

image Vereadores de Belém opinam sobre cancelamento do carnaval e réveillon
Decisão foi anunciada pela prefeitura na tarde desta terça-feira (30)

O deputado Carlos Bordalo (PT) afirmou que é necessário, primeiramente, analisar todas as possibilidades e, ao mesmo tempo, submeter esse planejamento a um acompanhamento constante da evolução da pandemia da cidade. “Caso verificado o agravamento desse quadro, tome-se uma decisão de suspensão. Só serei a favor do carnaval caso não se altere o quadro epidemiológico atual de uma relativa tranquilidade e controle da pandemia. Evidentemente que a aparição dessa nova variante preocupa, por isso que ao mesmo tempo que se planeja, há de se colocar a possibilidade de poder cancelar a hora que for necessário. O carnaval não acontecerá a qualquer custo”.

Para o deputado Igor Normando (Podemos), é precipitado fazer qualquer prognóstico no sentido de liberar o carnaval para a cidade de Belém, especialmente levando em consideração o aumento do número de casos de covid-19 no Brasil. “Como cidadão e vendo o lado econômico, é óbvio que eu quero que o carnaval aconteça. Agora, é fundamental que possamos ver essa lógica e boletins de pesquisa de contaminação com a discussão com um corpo técnico, para que se possa se fazer um carnaval com segurança, principalmente para as pessoas”.

"Precipitado"

A preocupação da Casa de Leis, segundo a deputada professora Nilse (REP), deve ser com a população, e ela compartilha o posicionamento do parlamentar Igor, de que é precipitado definir o evento neste momento de insegurança quanto ao coronavírus e uma nova variante em circulação.

“Todos nós adoramos o carnaval de Belém. Entendo que a equipe de governo da prefeitura trabalhe para fazer um estudo mais aprofundado realmente, para que a gente tome uma decisão mais assertiva, não diga algo que depois a gente tenha que desdizer. Digo isso como munícipe de Belém e apreciadora do carnaval de Belém. A gente vê que algumas cidades do Estado já disseram que não vai ter o carnaval. Então, acho precipitado dizer que vai ter ou não nesse contexto ainda de covid-19”, concluiu Nilse.

O deputado Dirceu Ten Caten (PT) também opinou sobre esse cenário e se diz favorável ao diálogo. O parlamentar acredita que a situação é complexa e que todos sentem na pele os efeitos da pandemia. Ele parabeniza prefeitos que criaram comitês de crise, ouviram a ciência, profissionais da área médica, fizeram monitoramento de casos e agiram não só com medidas restritivas, mas também com ampliação de leitos, disponibilidade de testes.

Municípios

“Cada município, a partir da sua realidade de número de casos, precisa tomar decisões que visem sempre o direito à vida e à saúde, porque teremos muitos carnavais pela frente. Espero que o prefeito tenha a sensatez de fazer o diálogo e tomar a decisão que seja favorável à manutenção da vida diante de um cenário que estamos vivendo de uma nova cepa que não sabemos se as vacinas têm eficácia, então há uma preocupação de fato sobre uma possível terceira onda. Acho que temos que focar de fato na vacinação e completar os 100% vacinados no Brasil para termos segurança de fazer o carnaval em um cenário sanitário de saúde melhor”, concluiu.

O deputado Jaques Neves (PSC) disse que na última semana ficou “assustado porque a prefeitura, de maneira precipitada, disse que confirmava que iria ter carnaval”. Para ele, é preciso levar em conta que tudo na pandemia da covid-19 ocorre de maneira muito rápida, então confirmar um evento ou decidir sobre ele em novembro, sendo que este é realizado em fevereiro, não é coerente.

“Essa casa aprovou em novembro a renovação do decreto que declara Belém em situação de estado de calamidade pública. Como Belém está em calamidade e projeta o carnaval? É um contrassenso. Me abstive porque creio que a administração pública tem feito um controle da pandemia, principalmente na vacinação, mas me declaro contrário a realização de carnaval, precisamos cada vez mais diminuir a aglomeração, porque ainda não temos a erradicação da covid-19 no mundo e principalmente no Pará. Precisamos ser solidários e pensar na coletividade, e a melhor forma de fazer isso é prevenir, se vacinar e ter controle higiênico, lavar as mãos, usar máscara e manter o distanciamento social”, finalizou Jaques, como já explicado, com declarações coletadas antes do recuo da PMB sobre o tema.

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