Deputado afirma em CPI que 'criança trans é igual a gato vegano', não existe
Início conturbado da CPI sobre transição de gênero em São Paulo gera polêmica e acusações ideológicas
A primeira sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre transição de gênero em crianças e adolescentes, realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) nesta quarta-feira (14), foi marcada por intensos debates, acusações ideológicas e um clima de confronto entre os deputados presentes.
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A comissão, proposta pelo deputado Gil Diniz (PL), tem como objetivo investigar 280 procedimentos de transição de gênero em menores de idade realizados pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).
Durante a sessão, o deputado Guto Zacarias (União Brasil) causou polêmica ao afirmar que "criança trans não existe". Ele disse que “criança trans é igual a gato vegano: todo mundo sabe que quem está fazendo essa escolha é o pai, uma mãe, um irresponsável que está impondo uma questão ideológica”. A declaração gerou um acalorado debate, com acusações de "lacração" e disputas ideológicas.
Deputado é acusado de querer "lacrar"
Enquanto Zacarias defendia sua posição, a deputada Analice Fernandes (PSDB) interveio para ressaltar que a comissão é suprapartidária e que o foco deve ser a questão da hormonioterapia.
Já o deputado Guilherme Cortez (PSol) criticou a fala de Zacarias, classificando-a como repleta de chavões e tentativa de "lacrar".
Gil Diniz, eleito presidente da CPI, foi questionado por parlamentares do PT e do PSol sobre a possibilidade de interromper a fala de Zacarias. No entanto, ele respondeu que não o faria para evitar acusações de racismo, já que Zacarias é um deputado negro.
Além disso, a comissão definiu o deputado Tenente Coimbra (PL) como relator e a deputada Beth Sahão (PT) como vice-presidente, em um acordo entre a base governista e a oposição.
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